Canal Farma Puxa Crescimento Do Varejo, Mas Situação é De Cautela

O segmento do comércio varejista voltou a registrar crescimento no último mês de janeiro, após uma sequência de seis meses de estagnação. Segundo a Pesquisa Mensal de Comércio (PMC), divulgada pelo Instituto Brasileiro de Geografia e Estatística (IBGE), o setor verificou um avanço de 0,8%. Apesar de positivo, o resultado não foi suficiente para recuperar as perdas acumuladas na pandemia e encontra-se 0,8% abaixo do patamar registrado em fevereiro de 2020. Para o analista de Competitividade do Sebrae, Flávio Petry, entre as atividades que puxaram os resultados positivamente destacam-se os artigos farmacêuticos, médicos, ortopédicos e de perfumaria (3,8%).

“Se por um lado há uma boa perspectiva de recuperação com a flexibilização do funcionamento das atividades que haviam sido mais pressionadas pelas consequências da pandemia, por outro lado, quando se trata de algumas variáveis que podem impactar significativamente toda cadeia, o varejo se demonstra extremamente volátil”, comenta o analista do Sebrae. “Este é o caso dos possíveis impactos que o aumento do custo dos combustíveis pode acarretar no preço final dos produtos, consequentemente pressionando a inflação e influenciando nos resultados de vendas”, acrescenta.

Ainda de acordo com Petry, considerando que o principal modal logístico utilizado para a distribuição de bens no país é o terrestre, que depende quase que exclusivamente dos combustíveis derivados do petróleo, a expectativa é que diversos segmentos venham a ser impactados. “Essa situação abre uma oportunidade para o fortalecimento das vendas locais que ainda possuem estoque em um primeiro momento. Todavia, com o giro dos estoques, há uma tendência de correção dos valores de modo a repassar parte dos custos direto ao consumidor final”, acrescenta.

“Para estar mais bem preparado, o comerciante pode considerar a elaboração de estratégias que passam desde a revisão da estrutura de custo, à avaliação e possível recomposição do seu mix de produtos, avaliação dos canais de vendas e dos serviços agregados”, conclui o analista do Sebrae.

Fonte: Redação Panorama Farmacêutico