Índice confirma tendência que vem crescendo nos últimos anos: a diversificação de produtos que vão além dos medicamentos
A retração do comércio varejista, observada por vários segmentos em 2014, não afetou as vendas do setor farmacêutico segundo levantamento realizado pela Abrafarma (Associação Brasileira de Redes de Farmácias e Drogarias).
O estudo, realizado pela FIA-USP (Fundação Instituto de Administração da Universidade de São Paulo), revela que as grandes redes de farmácias fecharam o ano com um faturamento de R$ 32,39 bilhões em vendas, 12,81% maior do que no ano anterior. Desde 2010 o faturamento cresceu 90,34%, cerca de R$ 15,37 bilhões.
Mais uma vez, o segmento de não-medicamentos (produtos de perfumaria, higiene e beleza) manteve-se em alta, com aumento de 14,69%, o equivalente a aproximadamente R$ 10,71 bilhões em vendas, ou seja, 33% do faturamento total. Os dados reafirmam uma nova tendência entre os consumidores, que vão às farmácias em busca de outros itens que não seja medicamentos, afirma o presidente da Abrafarma, Sérgio Mena Barreto.
Nos últimos anos, o varejo farmacêutico vem passando por um processo de renovação, onde as prateleiras deixaram de ser exclusivas para medicamentos e o peso de uma vasta gama de artigos como xampu, cosméticos, desodorantes, fraldas, absorventes, acessórios para cabelo e outros itens de conveniência crescem no mix de produtos ofertados.
O consumidor atual busca proximidade, conforto e diversidade de itens num mesmo espaço. Ele sai de casa para comprar um medicamento já com a intenção de levar também uma pasta de dente, um protetor solar ou um creme antienvelhecimento, ressalta Barreto.
A variedade de itens, a boa disposição de produtos nas prateleiras, atendimento personalizado com orientação sobre os últimos lançamentos, as promoções e opção de parcelamento vem atraindo mais consumidores que não frequentam a farmácia unicamente para comprar remédios. São clientes mais exigentes que se preocupam com a saúde e vaidade, buscando uma oferta e mix de produtos como os encontrados nas grandes redes de drogarias americanas que se assemelham às lojas de conveniência, destaca Barreto.
O estudo também revelou que houve maior procura por genéricos, o equivalente a mais de R$ 3,73 bilhões, cerca de 17,21% do total de vendas por medicamentos.
Fonte: InfoMoney