A Imunidade das Farmácias

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Todos os setores da economia global estão suscetíveis as variações abruptas impostas pelos períodos de crise financeira mas também duramente pela política econômica de seu país. Na contra mão do país um setor parece despontar como grande oportunidade de negócio. O Brasil viveu um período de considerável redução em sua taxa de juros, sendo que em Julho de 2011 registrava 12,50% e percorreu até Outubro de 2012 uma queda que apresentou a menor taxa recente fixada em 7,25% pelo Copom, Comitê de Política Monetária. Depois disto a taxa manteve-se estável por 5 meses quando apresentou movimento crescente, sendo que em Agosto de 2013 a taxa atingiu 9,00% enquanto o Banco Central Europeu (BCE) mantém sua taxa em apenas 0,50% e nos EUA (Federal Reserve) em 0,25%. o Brasil é atualmente um dos países com maior taxa de juros oficial em todos os continentes.

Ao mesmo tempo, o Brasil enfrenta sérias dificuldades com sua balança comercial onde não consegue manter uma posição confortável de superávit no seu fluxo cambial. Em Dezembro de 2012 foram US$ 6,75 bilhões retirados do Brasil além do valor que registrou entrada no mesmo mês. Este ano, vivemos um período consecutivo de grandes saídas onde no trimestre de Junho, Julho e Agosto houve a perda total de US$ 9,9 bilhões, sendo que, apenas no mês de Agosto, foram US$ 5,850 bilhões deixando o país além da soma que foi aportada na economia nacional; sendo o pior resultado de um mês de Agosto nos últimos 15 anos. Em resumo, o Brasil esta perdendo dinheiro. Como se não bastasse a condição gerada por estes dados a cotação da moeda brasileira em relação ao dólar americano, moeda de maior uso como referência monetária internacional, tornou-se bastante inferior. A diferença em alguns momentos de 2013 chegou perto da proporção de 1 X 3 em favor do Dólar. Encarecendo a importação de produtos e insumos de base para a indústria nacional e afetando diretamente o setor de fármacos.

Este tipo de condição adversa impõe a necessidade de uma administração austera e acirra a competição no comércio. Mesmo com este cenário o setor farmacêutico tem se destacado como um exemplo de organização e vem superando todas as perspectivas em relação aos demais setores da economia. O setor registra crescimento mensal acima de 1% ao mês, e tem previsão de encerrar o ano de 2013 com 15% de crescimento total. No entanto, mesmo demonstrando um crescimento vigoroso este movimento não se diluí em todas as empresas do setor, ao contrário, todo este lucro especial esta sendo absorvido pelas redes e poucas unidades independentes que apostaram na profissionalização de suas empresas. Em média, 60% desse lucro excepcional esta retido em farmácias que mantém ou contratam serviços de assessoria especializados.

Desde 2009 o mercado farmacêutico brasileiro mudou totalmente o seu comportamento, abandonando a típica formatação de negócio familiar e quase sempre nos moldes de pequenos mercados com remédios, no lugar disto começou a surgir o conceito europeu de centros de saúde; farmácias tornaram-se locais especializados no seu ramo de atividade e iniciaram a caminhada rumo a competição de mercado seguimentado. Pouco tempo depois outro conceito foi aglutinado as atividades das farmácias, o de “Beleza Integrada”. Foi com isto que as farmácias e drogarias começaram a competir diretamente com as grandes redes de supermercados, criando a necessidade extrema de profissionalização.

Vitrinismo, Gestão de Produtos por Categoria, Ambientação e LayOut, Planejamento de Marketing, Identidade Visual e Campanhas especiais foram ferramentas que passaram a fazer parte da rotina do setor farmacêutico, e estes diferenciais fizeram de uma parte do setor uma das melhores oportunidade de lucros na atualidade. O investimento em cada ação como estas retorna com a fortificação da farmácia sobre a concorrência, e ajuda a absorver os clientes de sua região, e a fortalecer sua marca na mente dos consumidores.
Além das ações ligadas ao marketing, as farmácias estão cada vez mais investindo em programas de treinamentos de seus funcionários, desde a administração do negócio até, e especialmente, o atendimento e vendas com o cliente final. O cliente destes negócios deixou de ser alguém que precisa de um medicamento e portanto era considerado um negócio pronto, hoje ele é visto como um consumidor ávido por tratamento diferenciado, e alimenta o desejo de adquirir outros itens, a chamada “venda secundária”, que é altamente explorada nos treinamentos oferecidos ao setor.

Diante disto pode-se observar que uma farmácia sem o devido apoio em uma administração moderna e um comportamento agressivo perante sua parcela de mercado esta destinada ao insucesso e até mesmo a falência, por outro lado as que estão abrindo seus negócios para a competição de mercado estão aproveitando a imensa maré favorável do setor. A grande notícia é que nenhuma indicação aponta para qualquer risco econômico para as farmácias em investimento, os clientes estão consumindo cada vez mais, mas sempre preferindo as que estão em destaque como um “conforto” e oferecendo um centro especializado de bem estar, saúde e beleza. Os fármacos , produtos relacionados ao bem estar e à beleza tornaram-se bens de consumo de alta visibilidade.

Matheus de Noronha

M2Farma, Consultoria e Assessoria especializada em Varejo Farmacêutico.