Medicamento usado para tratar infestações de parasitas como piolho e sarna, a ivermectina não tem eficácia comprovada contra a covid-19. As principais autoridades mundiais de saúde continuam ressaltando que não existe tratamento comprovadamente eficaz contra o novo coronavírus, assim como a atualização mais recente da Agência Nacional de Vigilância Sanitária (Anvisa) sobre o assunto que também aponta que ‘não existem estudos conclusivos que comprovem o uso desse medicamento para o tratamento da covid-19, bem como não existem estudos que refutem esse uso’.
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Além disso, entidades médicas brasileiras repudiaram o suposto ‘tratamento precoce’ do governo federal contra o coronavírus, que envolve a ivermectina e outros remédios sem eficácia comprovada, como a cloroquina.
A Organização Mundial de Saúde (OMS) e a Organização Pan-americana de Saúde (OPAS) não recomendam o uso de ivermectina para propósitos diferentes daqueles para os quais seu uso está autorizado. A FDA, órgão de vigilância sanitária dos Estados Unidos, esclarece ainda que a ivermectina não foi aprovada para prevenção e tratamento da covid-19 nos Estados Unidos e que as pessoas ‘não devem tomar qualquer remédio contra a doença a não ser que tenha sido prescrito por um médico e adquirido por fonte legítima’.
1) Como usar ivermectina?
Medicamentos que contenham ivermectina são sujeitos à prescrição médica, ou seja, não podem ser dispensados nas farmácias sem a apresentação do receituário médico, o que comprova que o paciente foi devidamente avaliado a respeito de sua condição clínica por profissional habilitado. A forma de uso do medicamento indicada nas orientações de bula do medicamento de referência Revectina®, consiste em administração em dose única, oral, dependendo do agente etiológico. Dessa forma, a dose irá depender da avaliação clínica de cada paciente, considerando o parasita diagnosticado.
2) Para que serve?
Medicamentos contendo ivermectina são registrados pela Anvisa na classe terapêutica de antiparasitários. As patologias para as quais o remédio possui indicação terapêutica comprovada cientificamente por estudos clínicos são:
– Estrongiloidíase intestinal: infecção causada por parasita nematoide Strongyloides stercoralis.
– Oncocercose: infecção causada por parasita nematoide Onchocerca volvulus. A ivermectina não possui atividade contra parasitas Onchocerca volvulus adultos. Os parasitas adultos residem em nódulos subcutâneos, frequentemente não palpáveis. A retirada cirúrgica desses nódulos (nodulotomia) pode ser considerada no tratamento de pacientes com oncocercose, já que esse procedimento elimina os parasitas adultos que produzem microfilárias.
– Filariose: infecção causada por parasita Wuchereria bancrofti.
– Ascaridíase: infecção causada por parasita Ascaris lumbricoides.
– Escabiose: infestação da pele causada pelo ácaro Sarcoptes scabiei.
– Pediculose: dermatose causada pelo Pediculus humanus capitis.
3) Quais as reações adversas e efeitos colaterais?
A ivermectina é contraindicada para uso por pacientes com hipersensibilidade ao medicamento ou aos demais componentes da formulação. ‘Há contraindicação para uso por pacientes com meningite ou outras afecções do sistema nervoso central que possam afetar a barreira hematoencefálica, devido aos seus efeitos nos receptores GABA-érgicos do cérebro. Medicamentos contendo ivermectina são contraindicados para uso por crianças com menos de 15 kg ou menores de 5 anos’, orienta Marcos Machado, presidente do Conselho Regional de Farmácia do Estado de São Paulo (CRF-SP).
Conforme informações constantes do registro do medicamento de referência podem ocorrer raramente as seguintes reações: diarreia e náusea, astenia, dor abdominal, anorexia, constipação e vômitos. Relacionadas ao sistema nervoso central podem ocorrer: tontura, sonolência, vertigem e tremor. As reações epidérmicas incluem: prurido, erupções e urticária.
Fonte: O Sul
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