O Conselho Federal de Farmácia segue empenhado na definição de ações para melhorar o atendimento a pessoas com deficiência. Para isso, reuniu, na última semana, em Brasília, profissionais que possuem iniciativas nesta área no País.
Uma das convidadas foi a farmacêutica Abia Cristina Felippe, que é coordenadora da comissão de ações para a comunidade no Conselho Regional de Farmácia em São Paulo. Formada em libras – a língua brasileira de sinais, ela decidiu realizar um trabalho de pesquisa no ano passado com 20 pessoas surdas. A pesquisa constatou que muitos dos pacientes já haviam passado por dificuldades durante o tratamento medicamentoso.
“Nós notamos que a maioria, 18 pessoas, já tinha tomado alguma medicação errada ou duplicou o mesmo medicamento sem saber. E isso me chamou a atenção e fiz um trabalho científico com uma pessoa que tomou três medicamentos de formas diferentes com o mesmo princípio ativo e ele acabou passando mal. Então a nossa preocupação maior como farmacêutico é dar assistência para todos”.
Quem também participou do encontro no CFF foi a farmacêutica Mayara Siqueira. Ela conta que recorreu ao curso de libras para atender melhor aos pacientes. Servidora pública no estado do Mato Grosso Sul, Mayara acredita que a barreira da comunicação acaba por desencadear a discriminação das pessoas com deficiência, já que o profissional tem dificuldade para realizar o atendimento.
“Vários pacientes chegavam até a minha unidade de saúde e não tinham atendimento adequado. No meu caso. como profissional do serviço público de saúde, que está ali demandando uma obrigação de servir a essa população, senti a necessidade de ter que me aprofundar para poder dar uma atendimento de qualidade e para também tentar estreitar essas barreiras que dificultam o atendimento, o contato e a comunicação entre os profissionais da área de saúde e os pacientes com deficiência”.
Na plenária do Conselho Federal de Farmácia, em setembro, foi apresentado um projeto desenvolvido por farmacêuticos da Universidade Federal do Vale do São Francisco, em Petrolina, Pernambuco. A experiência inspirou o colegiado a buscar meios para estimular e aperfeiçoar a atuação do farmacêutico no atendimento a pessoas com deficiência.
Fonte: Comunicação do CFF