Presente nos segmentos farmacêutico, de suplementos vitamínicos e de cosméticos, o grupo brasileiro Cimed está ampliando a capacidade produtiva em Minas Gerais e apostando no ritmo forte de lançamentos – são dois a três novos produtos por mês – para repetir a dose verificada nos últimos anos e crescer bem acima do mercado, a despeito da crise econômica doméstica que deve frear o crescimento das vendas de medicamentos neste ano.
Para 2015, o grupo projeta expansão de 19% nas vendas, dos R$ 680 milhões faturados no ano passado para R$ 810 milhões, dos quais 90% provenientes do negócio de medicamentos. Para o mercado nacional de fármacos em geral, o Sindusfarma, entidade que representa 190 empresas ou cerca de 90% do setor, projeta crescimento equivalente à inflação sobre os R$ 65,8 bilhões faturados no ano passado, valor que não considera os descontos concedidos.
Em entrevista ao Valor, o presidente do grupo, João Adibe Marques, que nas pistas de corrida conquistou o Trofeo Maserati em 2005 e hoje comanda o negócio da família fundado em 1976, contou que cobertura nacional, estrutura verticalizada e a prática de preços até 40% inferiores ao do líder de mercado também têm garantido fôlego aos resultados. Toda a cadeia de distribuição está dentro do grupo, explicou o executivo, o que garante a chegada mais rápida do produto aos pontos de venda.
“Temos centros de distribuição em todos os Estados e estamos montando uma equipe paralela de vendas que só venderá as marcas próprias”, acrescentou João Adibe. Além disso, a Cimed tem uma gráfica própria em Petrópolis (RJ) onde produz toda a cartonagem utilizada em seus produtos e presta serviços a terceiros. Todos os recursos investidos, contou, são provenientes do próprio caixa do grupo.
“O câmbio tem afetado as margens, porque a matéria-prima é praticamente toda importada”, observou o executivo. “Mas vamos crescer dois dígitos, acima do mercado e com ritmo superior ao de 2014”, acrescentou. Conforme João Adibe, o grupo inaugura neste mês um novo armazém central na região de Pouso Alegre para abrigar os estoques que hoje estão concentrados na fábrica mineira. Com isso, a unidade fabril, que já trabalha em três turnos e tem capacidade para 250 milhões de unidades (caixas) por ano, poderá receber uma nova linha de sólidos.
Ao mesmo tempo, a Cimed, que é uma das maiores fabricantes de vitaminas do país por meio da empresa Nutracom, reforçou os esforços de divulgação da Lavitan, sua linha de polivitamínicos, e fechou um contrato de R$ 2,6 milhões com o piloto de Fórmula 1 Felipe Massa, novo garoto-propaganda da marca. Ao todo, o marketing da linha envolve investimentos de R$ 20 milhões a R$ 25 milhões, gasto que é justificado pelo tamanho do mercado. Segundo a consultoria IMS Health, o segmento de vitaminas no país movimentou R$ 1,6 bilhão no ano passado, frente a R$ 1,4 bilhão em 2013.
Há três anos, a Nutracom representava apenas 3% do faturamento do grupo, participação que quadruplicou desde então. Em 2014, a empresa obteve receitas de R$ 160 milhões e deve chegar à casa de R$ 200 milhões neste ano. Somente a linha Lavitan, que será divulgada por Massa, deve faturar R$ 70 milhões, com expansão de 65%.
Além da linha própria de vitaminas, a Cimed produz esses compostos para redes de drogarias que têm marca própria. Conforme João Adibe, atualmente, 60% das grandes redes comercializam itens com marca própria, especialmente vitaminas, e a maior cliente do grupo é a Pague Menos, terceira maior rede do país em faturamento.
Fonte: Abradilan