As interrupções são bastante comuns no ambiente de saúde e elas podem ter efeitos tanto negativos quanto positivos. Por isso é necessário analisá-las com cuidado.
As interrupções no fluxo de trabalho são definidas como “a invasão de uma tarefa ou comunicação inesperada, que causa a descontinuação da atividade atual e uma mudança de atenção dos envolvidos”. Há vários tipos de fontes de interrupções:
- Pelos pacientes;
- Pelos colegas de trabalho do mesmo setor;
- Pelos colegas de trabalho de outro setor;
- Pelo telefone;
- Pelos familiares;
- Por falta de equipamentos ou suprimentos;
- Por impedimentos ou problemas.
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Assim, é importante atentar-se aos malefícios geralmente percebidos em relação às interrupções (quando estas prejudicam a fluidez necessária para a prestação da assistência segura):
- Aumento no tempo de espera dos pacientes;
- Aumento do tempo da assistência;
- Diminuição da satisfação do paciente;
- Perda do foco mental e atenção dos colaboradores;
- Aumento da fadiga, estresse e frustração dos colaboradores;
- Aumento na quantidade de falhas e erros.
Num estudo publicado nos últimos dias por Anna Shneider e colaboradores (no British Medical Journals), foram avaliadas as interrupções num setor de Emergência de um hospital acadêmico. Freqüências e fontes de interrupção e conteúdo foram identificados em observações sistemáticas de médicos e enfermeiros. Concomitantemente, os pacientes avaliaram a qualidade geral dos cuidados, a organização do setor, as informações e os tempos de espera, usando uma pesquisa padronizada.
Foram realizadas 160 sessões de observação de especialistas. 1418 pacientes foram pesquisados. Surpreendentemente, as interrupções freqüentes iniciadas pelos pacientes foram associadas com maior qualidade geral do atendimento e melhor organização do departamento.
No entanto, as interrupções que continham informações sobre casos anteriores foram associadas a classificações inferiores em relação à organização. Especificamente para enfermeiros, as interrupções gerais foram associadas a relatos de tempo de espera superiores.
Os autores concluíram que o desenho de sistemas de saúde resilientes requer uma consideração profunda dos efeitos benéficos e prejudiciais das interrupções nos fluxos de trabalho dos provedores e da segurança do paciente
Dessa forma, ao projetar o processo assistencial de uma organização de saúde, é necessário que se leve em consideração os efeitos positivos e negativos da interrupção. Sempre, priorizando a segurança e qualidade do serviço.
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Fonte: Anna Schneider; Markus Wehler; Matthias Weigl. Provider interruptions and patient perceptions of care: an observational study in the emergency department. British Medical Journals. 2018.
Matthias Weigl; Joana Beck; Markus Wehler; etc. Workflow interruptions and stress atwork: a mixed-methods study among physicians and nurses of a multidisciplinary emergency department. British Medical Journals. 2017.