A indústria farmacêutica produtora de genéricos está otimista com a retomada do crescimento a partir de 2019. Telma Salles, presidente da Pró-Genéricos, entidade que representa os laboratórios, disse que os desafios do setor passam pela redução da carga tributária e ampliação do acesso a medicamentos, bandeiras defendidas pelas indústrias nos últimos anos. De acordo com ela, as indústrias continuam comprometidas a fazer os investimentos, mas é preciso maior previsibilidade para que as companhias possam pensar no País a longo prazo. “O consumidor brasileiro paga muito imposto para comprar medicamento. É preciso reduzir a carga tributária”, afirmou a executiva.
Qual a principal agenda de discussão das indústrias produtoras de genéricos? Estamos depositando nossas expectativas em uma agenda positiva para o setor. Batalhamos por um marco regulatório previsível para garantir que os investimentos não sejam desperdiçados e pela ampliação do acesso a medicamentos. O Instituto Nacional de Propriedade Industrial (Inpi) não pode ficar de fora dessas discussões. Batemos sempre o martelo nessa questão.
A entidade participou ativamente das discussões políticas?
Participamos por meio de uma comissão do setor para saúde. Não discutimos agenda com candidatos especificamente.
Houve um movimento de concentração do setor em um passado recente no País.
Acabou o interesse de se investir em ativos no Brasil?
Não vejo desta forma. Acho que temos empresas bem consolidadas no Brasil, mas o custo aqui é muito alto. As empresas estão dispostas a manter seus investimentos, de 6% a 9% de seu faturamento no Brasil em medicamentos. Há um maior movimento para desenvolver os biossimilares.
Quais são os principais desafios para 2019?
A discussão da saúde como um todo tem de estar na agenda política. A ampliação de acesso aos medicamentos é uma pauta que sempre discutimos. Afinal de contas, saúde é prevenção.
As vendas de medicamentos este ano superaram as do ano passado?
De janeiro a setembro deste ano, o mercado de genéricos registrou vendas de 1,3 bilhão de unidades. Esse volume representa 11% de crescimento sobre o mesmo período do ano passado. Nos 12 meses até setembro, foram vendidos 1,2 bilhão de unidades de genéricos no país, alta de 11,78% em relação ao período anterior. O market share dos genéricos fechou setembro em 33,42% de participação do mercado total.
Fonte: Jornal O Estado de S. Paulo