Controle da glicemia piora na pandemia, saiba quais serviços farmacêuticos oferecer

O diabetes mellitus é, assim como a Hipertensão Arterial, um fator de risco para formas graves de COVID-19. Esta maior gravidade está também associada a comorbidades frequentes nos indivíduos que apresentam a doença (insuficiência cardíaca, doença coronária, insuficiência renal, obesidade). As recomendações terapêuticas para as pessoas com diabetes durante o período de pandemia ressaltam um rigoroso controle da glicemia

Entretanto, um estudo publicado na revista Diabetes Research and Clinical Practice, que tinha por objetivo identificar as barreiras enfrentadas pelas pessoas com Diabetes no Brasil durante a pandemia de COVID-19, apontou que essas pessoas tiveram seus hábitos alterados, o que impacta a glicemia. Com isso, o risco de mortalidade,  se infectados pelo SARS-CoV-2, bem como por complicações agudas e crônicas do diabetes aumenta potencialmente.  

O estudo, que coletou dados de 1701 indivíduos revelou que 95,1% dos entrevistados reduziram a frequência de sair de casa; entre aqueles que monitoram a glicose no sangue em casa durante a pandemia (91,5%), a maioria (59,4%) experimentou um aumento, uma diminuição ou uma maior variabilidade nos níveis de glicose; 38,4% postergaram consultas médicas e/ou exames de rotina; e 59,5% reduziram a atividade física. 

Por isso, neste momento, é ainda mais importante que você atue como um educador em diabetes. Confira as dicas práticas de serviços farmacêuticos que podem ser oferecidos no seu estabelecimento. 

Serviços que podem ser oferecidos para pessoas com diabetes

 

1. Educação em saúde 

A educação é um processo contínuo e constitui a ferramenta principal para o controle do diabetes. Para tanto, “o farmacêutico deve estar qualificado e consciente do seu papel de educador nesse processo. O propósito da educação é o controle do diabetes através do cuidado por parte das pessoas, familiares e cuidadores, tendo como consequência a melhora do estado de saúde e da qualidade de vida das pessoas”.

A Organização Mundial da Saúde destaca a importância da educação para o autocuidado na prevenção e tratamento de doenças crônicas como o diabetes mellitus. 

A pessoa que vive com a doença é a principal responsável por desempenhar atividades relacionadas ao tratamento. No entanto, para que ela possa desempenhar esse papel, é necessário conhecer os comportamentos que devem ser adotados para o controle do diabetes. São sete os comportamentos principais: 

  • Alimentação saudável 
  • Ser ativo
  • Monitorização da glicemia 
  • Tomar medicamentos 
  • Resolução de problemas
  • Enfrentamento saudável 
  • Redução de riscos 

O farmacêutico, como educador em diabetes, pode contribuir para a adoção de todos esses comportamentos.

Educação em saúde e a pandemia de COVID-19

Além dos cuidados em relação ao controle do diabetes, também é importante educar o paciente em relação ao tratamento precoce da COVID-19, uma vez que a procura por determinados medicamentos e suplementos vitamínicos tem aumentado durante a pandemia. 

A Sociedade Brasileira de Infectologia (SBI) não recomenda tratamento farmacológico precoce para COVID-19 com qualquer medicamento (cloroquina, hidroxicloroquina, ivermectina, azitromicina, nitazoxanida, corticoide, zinco, vitaminas, anticoagulante, ozônio por via retal, dióxido de cloro).

 A SBI destaca que “os estudos clínicos randomizados com grupo controle existentes até o momento não mostraram benefício e, além disso, alguns destes medicamentos podem causar efeitos colaterais. Ou seja, não existe comprovação científica de que esses medicamentos sejam eficazes contra a COVD-19.”

2. Aferição da pressão arterial 

O diabetes mellitus tipo 2, que é o tipo mais comum em pessoas que estão acima do peso, muitas vezes vem acompanhado de pressão alta (hipertensão arterial sistêmica).

Segundo a Sociedade Brasileira de Diabetes (SBD) 4 entre 10 pacientes diabéticos apresentam pressão acima do normal.

O controle da pressão por parte do paciente diabético é tão importante quanto o controle da glicemia. Isso porque a pressão alta aumenta o risco de doenças cardiovasculares como infarto, além de acelerar o processo de lesão nos rins, já causado pelo próprio diabetes.

3. Rastreamento em Saúde com Testes Laboratoriais Remotos de Glicemia, Hemoglobina Glicada e Perfil Lipídico 

Para o rastreamento do diabetes, pode-se utilizar a glicemia em jejum, a glicemia de 2 horas pós-sobrecarga ou a hemoglobina glicada, sendo a glicemia de 2 horas pós-sobrecarga o teste menos utilizado. A glicemia em jejum e a hemoglobina glicada são exames que podem ser oferecidos aos clientes que frequentam a farmácia. 

Segundo a Sociedade Brasileira de Diabetes, esses testes são um dos instrumentos tanto para auxiliar no diagnóstico de diabetes ou pré-diabetes, quanto para avaliar o controle glicêmico do paciente com a doença.

Outro exame que precisa ser realizado com frequência por pessoas com Diabetes ou por aquelas que apresentam algum fator de risco para o desenvolvimento da doença, é o exame de Perfil Lipídico. Pessoas com diabetes mellitus possuem duas a três vezes mais chances de apresentar problemas cardiovasculares do que pessoas não-diabéticas.

E você? Está oferecendo algum destes serviços na sua farmácia? Conte com a Hilab os Testes Laboratoriais Remotos. Preencha o formulário que em até 48h nós ligamos para você!