A parceria do Grupo Pardini – uma das principais redes de medicina diagnóstica do país e da Speedbird Aero – empresa pioneira em desenvolver e operar sistemas aéreos não tripulados, está voando longe no desenvolvimento de uma logística específica para o setor. O terceiro voo teste do processo de autorização da Agência Nacional de Aviação Civil – ANAC para transportar amostras biológicas por drone ocorreu ontem, 7 de julho. Dessa vez, a aeronave DLV-2, que busca a certificação da ANAC para voos experimentais, realizou um voo teste. Para receber a certificação, o DLV-2 recebeu atualizações de projeto que otimizaram o sistema de segurança, como por exemplo, o sistema de paraquedas. Esta aeronave tem capacidade para transportar até 8 quilos.
O trajeto experimental pousou em Itajaí, no litoral de Santa Catarina. A entrega levou em média 4 minutos e 25 segundos cada. O voo saiu da cidade de Navegantes e se deslocou até Itajaí, cruzando o leito do rio Itajaí-açu, próximo ao litoral. Diariamente, para alcançar o mesmo destino, o laboratório carrega suas amostras em um trajeto rodoviário de aproximadamente 26 Km pela BR 101 ou pela balsa que dá acesso à cidade. A rota rodoviária demora cerca de 30 minutos sem trânsito e 60 minutos em horário de pico. Já por balsa, o tempo gasto é de 50 minutos a 1 hora, considerando o tempo de fila. A redução de do tempo é crucial para atendimentos de emergências e pode salvar vidas.
Com a aeronave certificada, o próximo passo é buscar a autorização de voo da Agência Nacional de Aviação Civil (ANAC), do Departamento de Controle do Espaço Aéreo (DECEA) e Agência Nacional de Vigilância Sanitária (ANVISA), bem como Vigilâncias Sanitárias Estaduais e Municipais. As empresas trabalham juntas na construção de manuais de operação para o transporte de amostras biológicas. A inovação é um marco para o setor de medicina diagnóstica no Brasil e garante agilidade no processamento de exames e entrega de resultados, e mobilidade de acesso a locais mais remotos em diferentes regiões.
Todo o processo de homologação da aeronave e obtenção de prefixo (CAVE) é de aproximadamente 8 meses e está em andamento. A expectativa é que, até o fim de 2021, a rede de laboratórios com atuação em todos os estados do Brasil tenha a licença para transportar seus exames. Estão previstos cerca de outros 6 voos experimentais com amostras biológicas até a obtenção da autorização final. A Speedbird já conseguiu autorização para transportes (delivery), e vem desbravando este setor com aeronaves não tripuladas efetuando várias entregas pioneiras em solo brasileiro.
A parceria vai ao encontro do propósito do Grupo Pardini de oferecer tecnologia em saúde e viabilizar o acesso à medicina diagnóstica para qualquer pessoa do país, onde quer que ela esteja. Segundo Fernando Ramos, diretor de Negócios L2L do Grupo – que oferece o serviço de apoio laboratorial e hospitalar, o objetivo é diminuir o tempo entre a coleta e o resultado dos exames. A intenção é que a modalidade complemente os transportes tradicionais, e não substituí-los, além de contribuir para redução da emissão de CO2. “Nosso propósito de levar tecnologia em saúde para qualquer pessoa, onde quer que ela esteja, depende da eficiência logística dos nossos parceiros, sejam eles hospitais ou laboratórios. Assim impactamos positivamente toda a cadeia de saúde”, afirmou Ramos.
Logística inteligente dá acesso ao diagnóstico
Uma malha logística impressionante coleta mais de 300 mil amostras por dia para serem processadas. Essas coletas vêm de mais de 6 mil laboratórios, clínicas e hospitais em quase duas mil cidades do país – algumas atendidas exclusivamente pelo Hermes Pardini, além das 147 unidades próprias (77 em Minas Gerais, 5 em São Paulo, 13 no Rio de Janeiro, 30 em Goiânia e 22 em Belém). São materiais para análises clínicas, genética molecular, testes oncológicos de alta complexidade, medicina nuclear, medicina personalizada e patologia cirúrgica. Diariamente, são mais de 91 mil quilômetros percorridos em 290 rotas terrestres. Sem contar o suporte terrestre e marítimo para atender todas essas localidades. “Para atender pacientes de todo o país, é preciso inovar e reajustar a rota a todo momento”, disse o Diretor de Negócios Lab-to-Lab no Grupo, Fernando Ramos.