A Extrafarma, rede de farmácias com sede em Belém (PA) que foi comprada pela Ultrapar há pouco mais de um mês, por R$ 1 bilhão, tem a meta de aumentar seu lucro antes de juros, impostos, depreciação e amortização (Ebitda, na sigla em inglês) para R$ 300 milhões em cinco anos. O resultado previsto para este ano é de R$ 77 milhões.
Investimentos na abertura de novas lojas – o grupo vai perseguir o ritmo de 130 unidades por ano mais adiante -, boas perspectivas para o mercado de genéricos, o envelhecimento da população e novas oportunidades de consolidação devem sustentar essa meta.
Hoje, a rede da Extrafarma é formada por 186 farmácias nas regiões Norte e Nordeste, mas a Ultrapar pretende avançar sobre outros mercados aproveitando parte dos pontos de revenda da Ipiranga e da Ultragaz, que fazem parte do grupo.
“A Raia Drogasil, que é a maior, abre 130 lojas por ano. Essa é a meta que vamos perseguir”, afirmou o diretor financeiro e de relações com investidores da Ultrapar, André Covre. O executivo, porém, descartou que esse número possa ser alcançado já em 2014.
Segundo ele, junto com a divulgação dos resultados do quarto trimestre da Ultrapar serão apresentados mais detalhes sobre o plano de negócios relativo à Extrafarma. “A marca que vamos usar fora dos Estados do Norte e Nordeste, onde o nome Extrafarma é muito forte, será tema de estudo”, acrescentou.
Dona de negócios na área de distribuição de combustíveis, produtos químicos, gás liquefeito de petróleo, química e armazenagem para granéis líquidos, a Ultrapar começou a estudar o varejo farmacêutico em 2010, uma vez que o setor reúne os atributos presentes nas outras operações do grupo, de acordo com o presidente da Ultrapar, Thilo Mannhardt.
“Nossa entrada no varejo farmacêutico está fundamentada no histórico de realizar aquisições com o objetivo de constituir empresas cada vez mais sólidas e rentáveis”, afirmou Mannhardt. “Foi assim com a aquisição da Ipiranga, em 2007.” Segundo ele, são características comuns aos negócios do grupo a resiliência em momentos de crise, o mercado em processo de formalização, o elevado potencial de consolidação, as perspectivas de crescimento e o peso relevante na economia.
Segundo Mannhardt, uma série de características do varejo farmacêutico indicam que o crescimento do negócio será acelerado nos próximos anos e a pulverização “continuará gerando oportunidades de crescimento acelerado”. Logo após o anúncio da compra, a Ultrapar foi procurada por outras redes, interessadas em potenciais negócios. Por ora, não há nenhuma conversa em andamento. “A Extrafarma será o nosso quinto negócio, o terceiro na área de varejo e distribuição”, observou.
Fonte: Valor Econômico