Uma nova resolução publicada pelo Conselho Federal de Farmácia (CFF) promete mudar o cenário da prescrição de medicamentos no Brasil. A partir de abril de 2025, farmacêuticos com qualificação específica poderão prescrever medicamentos que exigem receita médica, desde que sigam diretrizes estabelecidas por protocolos clínicos.
A medida vem acompanhada de debates intensos entre entidades da área da saúde, como o Conselho Federal de Medicina (CFM), que questiona a legalidade da decisão e levanta preocupações sobre os impactos na segurança dos pacientes. Por outro lado, o CFF argumenta que a regulamentação vem para organizar e garantir maior segurança à prescrição farmacêutica, além de ampliar o acesso da população aos tratamentos.
O que muda na prescrição farmacêutica?
Atualmente, farmacêuticos já podem indicar medicamentos isentos de prescrição (MIP) para condições de saúde autolimitadas, como gripes, cólicas e alergias leves. Além disso, eles já participam de programas de saúde que permitem a prescrição de alguns medicamentos sob protocolos específicos, como os tratamentos preventivos para o HIV (PrEP e PEP).
Com a nova norma, os profissionais qualificados poderão prescrever medicamentos de venda sob prescrição, desde que possuam o Registro de Qualificação de Especialista (RQE) em Farmácia Clínica. Esse registro será concedido para aqueles que realizarem cursos de especialização em áreas específicas da prática clínica.
Como os pacientes poderão conferir a habilitação dos farmacêuticos?
O CFF anunciou que disponibilizará um sistema de consulta online para que os pacientes possam verificar quais farmacêuticos estão habilitados a prescrever medicamentos sob receita. Essa transparência visa garantir a segurança do processo e permitir que os pacientes confiem nos profissionais que os atendem.
Polêmica e resistência da classe médica
O Conselho Federal de Medicina (CFM) e outras entidades médicas criticam fortemente a nova resolução, alegando que prescrever medicamentos exige diagnóstico clínico, algo que seria exclusivo dos médicos. O CFM afirma que entrará com medidas judiciais para tentar barrar a decisão, como já ocorreu em situações anteriores.
Em resposta, o CFF defende que a prescrição farmacêutica já ocorre em diversos países e que, no Brasil, está amparada pela Lei nº 13.021/2014, que reconhece o papel do farmacêutico na assistência à saúde. O conselho também argumenta que a resolução foi criada para trazer mais segurança e regulamentação à prática, evitando a prescrição desordenada.
O que esperar daqui para frente?
Diante da resistência da classe médica e do histórico de judicialização desse tema, é provável que a nova resolução enfrente desafios legais nos próximos meses. No entanto, caso a norma entre em vigor como planejado, o Brasil poderá dar um passo significativo na ampliação do acesso à assistência farmacêutica, beneficiando pacientes que precisam de orientação profissional para o uso correto de medicamentos.
A M2 Farma acompanha de perto essa mudança e seguirá informando as farmácias e profissionais do setor sobre os impactos dessa regulamentação. Fique atento ao nosso blog para mais atualizações!