Farmácia quer ampliar prestação de serviços

Farmácia-quer-ampliar-prestação-serviçosProposta de novos serviços está sendo elaborada pelo setor e será levada à Anvisa no começo de 2015

O consumidor entra em uma farmácia de rede e escolhe uma embalagem de sushis, produtos de limpeza para o banheiro, brinquedos para as crianças e pilhas para o controle remoto. Ainda na farmácia, desce uma escada rolante, pega uma ligeira fila e se consulta com um farmacêutico sobre colesterol e perda de peso.

Mas você não está em uma farmácia nos Estados Unidos ou no Reino Unido. Trata-se de um modelo que ainda é embrionário no Brasil, mas deve evoluir em 2015.

Desde agosto, quando uma mudança na legislação do setor mencionou expressamente que a farmácia pode ser uma unidade de prestação de serviços para assistência à saúde, a associação que reúne as grandes redes, a Associação Brasileira de Redes de Farmácias e Drogarias (Abrafarma ) começou a desenvolver uma série de tipos de serviço possíveis.

Segundo o presidente da Abrafarma, Sérgio Mena Barreto, por enquanto existem oito serviços em elaboração, projetos que serão enviados à Agência Nacional de Vigilância Sanitária (Anvisa) em busca de autorização.

São exemplos de serviços que as farmácias pretendem vender a seus clientes acompanhamento por farmacêuticos para parar de fumar, perda de peso, controle de colesterol, diabetes, hipertensão e gerenciamento do consumo de medicamentos prescritos pelo médico.

Segundo Barreto, a ideia não é sugerir que os farmacêuticos no futuro possam dividir com os médicos a função de prescrever remédios nem que os próprios consultórios dos médicos sejam instalados dentro das farmácias, como ocorre nos EUA.

“A nossa lei não permite isso. Mas no Brasil ainda é baixa a interação com o farmacêutico. Os serviços prestados são poucos, como furo de orelha e medição de glicose.” Para Barreto, ainda há no País “a mítica de que um modelo mais abrangente de farmácia incentiva o consumidor a comprar mais medicamento”.

A expansão do leque de possibilidades nas drogarias deu os primeiros passos no País no início dos anos 2000, quando elas começaram a vender itens de conveniência, abrangendo até recarga de celular e serviços bancários.

Após mais de dez anos de idas e vindas na Justiça, em agosto deste ano as farmácias foram definitivamente autorizadas pelo Supremo Tribunal Federal a vender produtos de conveniência, além de medicamentos, como fazem as farmácias americanas.

Entendem-se por conveniência barras de cereais, câmeras fotográficas, meias, leite em pó, repelente e picolé, entre outros itens de uma lista que, segundo os varejistas, deve ficar cada vez mais abrangente no futuro.

 Fonte: Guia da Farmácia