Farmácias de Manipulação estão sob comando feminino, mostra pesquisa

Panorama Setorial Anfarmag revela que 71% do empresariado das farmácias de manipulação é de mulheres.

O setor de farmácias de manipulação está cada dia mais sólido e, em boa medida, o que o segmento é hoje se deve ao empreendedorismo feminino. Atualmente, 71% das farmácias de manipulação do Brasil estão sob o comando das mulheres. Esse dado foi revelado pelo Panorama Setorial Anfarmag – publicação da Associação Nacional de Farmacêuticos Magistrais, organização com cerca de 5.000 associados que representa as farmácias de manipulação de todo o Brasil.

A ala feminina é responsável por impulsionar um segmento que é marcado pela complexidade e pela multitarefa: cada farmácia, mesmo quando pequena, possui um laboratório onde são preparadas as formulações sob demanda de forma estruturada, seguindo inúmeros processos e atendendo a uma legislação rigorosa (a mais rígida do mundo para o setor). As empreendedoras das farmácias de manipulação precisam garantir o funcionamento perfeito de toda essa estrutura, além de zelar pelos bons resultados do negócio como qualquer outro comércio, atentando-se, portanto, também para as áreas de atendimento, vendas, marketing, contabilidade, recursos humanos, estratégia, entre tantas outras.

A predominância feminina em postos de comando do setor pode ser explicada pela própria formação. Entre os egressos da graduação em Farmácia, as mulheres são maioria: representam 67,5% dos profissionais formados, de acordo com a publicação “Perfil do Farmacêutico no Brasil” do Conselho Federal de Farmácia, de 2015.

Para entender esse cenário, é importante conhecer as características particulares da gestão feminina. No Brasil, segundo o IBGE, existem 7,9 milhões de mulheres que são donas de negócios. Dados da Rede Mulher Empreendedora – plataforma de serviços que tem como objetivo unir e apoiar as mulheres no desenvolvimento de seus negócios – mostram que, ao abrir um empreendimento, de forma geral, as empresárias buscam três objetivos.

Em primeiro lugar, empreendem para se manter na profissão, realizando uma atividade que dominam ou pela qual têm grande interesse. Também querem criar um negócio porque têm o desejo de fazer do próprio jeito, principalmente depois de passarem por experiências profissionais anteriores não tão satisfatórias. O terceiro ponto é a busca pela flexibilidade, mas isso não quer dizer trabalhar menos, e sim ter flexibilidade para se dedicar a todas as funções que acumulam.

Desafios — Talvez o principal desafio para a empresária seja a administração do tempo. Afinal, gerir o negócio, cuidar da parte técnica da farmácia, supervisionar o atendimento, relacionar-se com prescritores e manter-se atualizada parecem ser tarefas demais para horas de menos. Especialmente quando se considera a dupla jornada evidenciada pela Pesquisa Nacional por Amostra de Domicílios do IBGE de 2014: as mulheres trabalham, em média, cinco horas por semana a mais que os homens, quando somada a ocupação remunerada com o que é feito dentro de casa.

Outro indício dessa realidade é a pesquisa Global Enterpreneurship Monitor do mesmo ano. Segundo esse estudo, que avalia o empreendedorismo no Brasil e no mundo, por falta de tempo a mulher brasileira é uma das que menos faz networking – atividade essencial para quem pretende desenvolver o próprio negócio.

 

Fonte: Portal Fator Brasil