Durante o 2º Abrafarma Future Trends, que aconteceu entre os dias 9 e 10/09, na capital paulista, a Associação Brasileira de Redes de Farmácias e Drogarias (Abrafarma) apresentou uma ampla pesquisa do Ibope, com o objetivo de mapear a percepção dos brasileiros sobre a adesão à assistência clínica nas farmácias e sobre a importância do papel do farmacêutico.
O estudo contemplou 2.002 pessoas em 143 municípios. Os resultados servirão de parâmetro para o projeto da entidade de implementar o modelo de assistência farmacêutica avançada, que prevê oito novos serviços a serem prestados nas redes associadas, desde a imunização até clínicas de auto-cuidado.
Na primeira etapa da pesquisa, 20% dos entrevistados declararam possuir alguma doença crônica. A hipertensão e o diabetes são os males mais comuns, incidindo sobre 37% e 24% dos pacientes, respectivamente. No entanto, a atitude frente aos tratamentos é preocupante. Mais da metade 53% confirmou não seguir à risca as recomendações clínicas, sendo que 22% costumam não concluir o tratamento. E o principal obstáculo, apontado por 30%, é o preço do remédio, seguido pela dificuldade de retornar ao médico por fatores relacionados a custos e filas de espera (26%).
Este índice só corrobora a luta histórica e permanente da Abrafarma pela redução da abusiva carga tributária sobre os medicamentos. Menos impostos levarão a uma diminuição natural de preços, o que facilitará o acesso da população a um tratamento de saúde eficaz e ininterrupto, avalia o presidente executivo da entidade, Sérgio Mena Barreto.
Vínculo com o farmacêutico
A proposta de incrementar a assistência farmacêutica foi elogiada pelos entrevistados. Entre os serviços mais bem avaliados estão o aconselhamento sobre os remédios que o paciente está utilizando e sobre a melhor forma de organizar o tratamento; a realização de exames preventivos; e a produção de relatórios de acompanhamento para auxiliar no retorno ao médico.
Porém, mais da metade dos entrevistados revelou não ter nenhum envolvimento com o farmacêutico. A distância deste profissional para o consumidor é abismal. Precisamos mudar esse panorama e parar de relegá-lo à função de entregar caixinhas de medicamentos. Mais do que valorizá-lo, vamos contribuir para desafogar o sistema público de saúde e assegurar a milhões de brasileiros um acompanhamento médico mais digno, endossa Barreto. A Lei 13.021 já permite ao farmacêutico exercer esse papel, mas a necessária regulamentação da Agência Nacional de Vigilância Sanitária (Anvisa) ainda está pendente.
Fonte: SnifBrasil