Importação de produtos farmacêuticos cresce 77% em Goiás

Os produtos farmacêuticos lideraram a lista de importações em Goiás no mês de janeiro e dados da balança comercial brasileira apontaram que a indústria farmoquímica no Estado está mais aquecida em 2020.

Segundo os índices divulgados pela Secretaria de Comércio Exterior (Secex) do Ministério da Economia, do montante de US$ 324,9 milhões gastos nas importações do Estado, US$ 115,7 milhões são insumos do setor farmacêutico. O valor representa um crescimento de 77,35% em relação ao mês de janeiro do ano passado.

Goiás sedia o segundo maior pólo farmoquímico do Brasil. Localizado a 60km de Goiânia, em Anápolis, o distrito abriga seis indústrias farmacêuticas e outras 17 do setor químico. O grande potencial da região atrai investidores de todas as partes do país, como é o caso da Distribuidora de Medicamentos e Produtos de Saúde – FUTURA, com sede no Rio de Janeiro.

Além da posição estratégica no centro do país, as indústrias são atraídas pela infraestrutura e pela oferta de mão de obra qualificada e especializada. A distribuidora Futura já trabalha com grandes laboratórios em Anápolis, como Teuto, Geolab, Sanobiol/Cristalia, mas não descartam o interesse em ampliar suas parcerias no Centro-oeste em 2020.

Resultados

Indicadores do Instituto Brasileiro de Geografia e Estatística (IBGE) apontaram que, no acumulado do ano de 2019, a produção industrial de Goiás cresceu 2,9%, perdendo apenas para o Paraná (5,7%) e Amazonas (4,0%).

Na média global, a indústria nacional recuou 1,1% no ano passado. De 15 locais pesquisados, os índices do IBGE apontaram que houveram recuos em sete estados. Espírito Santo (-15,7%), Minas Gerais (-5,6%), Região Nordeste (-3,1%) foram onde foram registradas as maiores perdas.

Coronavírus

“A economia do País, como um todo, começou a apresentar sinais de recuperação. Isso se refletiu nos números de janeiro”, disse CEO da Futura, Valter Luís de Macedo Carvalhaes Pinheiro, antes de alertar para mudanças no cenário após a epidemia do coronavírus na China. Até quarta-feira (12), o governo chinês confirmou que mais de 1,1 mil pessoas morreram e outras 44 mil foram infectadas.

A maior parte dos insumos da indústria farmacêutica em Goiás são importados da China. No entanto, as medidas de contenção do vírus no país fizeram com que as fábricas reduzissem suas produções e exportações.

O quadro de saúde preocupante aumentou a demanda por medicamentos, invertendo a lógica do mercado e aumentando o risco de desabastecimento por todo o mundo. “Os efeitos na economia global ainda estão se delineando, a depender, principalmente, da duração da crise na China, que é a grande “fábrica do mundo””, afirmou Valter Luís de Macedo Carvalhaes Pinheiro.

Fonte: Vanessa Alencar – Agência Press