A participação das importações no mercado farmacêutico saltou 19 pontos percentuais em dez anos, chegando a representar 58% do total de medicamentos e insumos comercializados no País. Isso representa US$ 8,4 milhões dos US$ 16 milhões que o setor fatura por ano. “Essa tendência é preocupante porque revela um Brasil pouco amigável para investimentos no setor industrial, forçando o setor, por questões econômicas, a importar”, esclarece Antônio Britto, presidente-executivo da INTERFARMA (Associação da Indústria Farmacêutica de Pesquisa).
Em 2005, o setor farmacêutico faturava US$ 8,9 milhões no Brasil, dos quais US$ 2,9 milhões eram de medicamentos e insumos importados. Portanto, as importações respondiam por 33% do mercado. “Mas o custo do País é alto. Gasta-se muito com burocracia e processos excessivamente demorados, além de enfrentamos uma elevada carga tributária. Isso desencoraja investimentos para a produção de insumos e medicamentos no Brasil”, aponta Britto.
Por isso, a participação dos importados manteve uma tendência de alta, em ritmo praticamente constante, durante dez anos. Em 2015, quando o setor acumulava um crescimento de 79%, os medicamentos e insumos farmacêuticos importados tinham aumentado em 182%. Logo, a relação entre ambos mudou, fazendo a participação dos importados aumentar de 33% para 58%.
“Isso gera desemprego. Isso afeta os investimentos em tecnologia, em pesquisa clínica, em diversos aspectos que prejudicam a atuação do setor no País, por mais que o faturamento esteja crescendo”, explica o presidente-executivo da INTERFARMA.
Fonte: Portal Saúde Business