A inteligência artificial é a tecnologia predominante nos investimentos de farmácias em inovação. É o que indicou a última enquete do Panorama Farmacêutico, com a participação de 1.477 profissionais do setor.
Questionados sobre as tecnologias prioritárias para aprimorar as vendas em farmácias e a experiência do consumidor, 45% (657) dos leitores apontaram a inteligência artificial (IA) como principal estratégia. A internet das coisas foi a segunda opção para 33% da audiência (493), seguida pela computação em nuvem e pela segurança cibernética – ambas com 11%.
Inteligência artificial no radar das farmácias associativistas
Um dos claros exemplos dessa tendência está na Farmarcas, que fará um aporte de R$ 15 milhões neste ano para aperfeiçoar seu ecossistema digital, com foco em soluções de trade marketing baseadas em IA. O projeto consiste em um aplicativo que aproxima as indústrias das farmácias associativistas, garantindo a exposição correta dos produtos na loja física. A ferramenta já tem a adesão de 500 PDVs.
“O app permite que os fornecedores remunerem o varejo sem a necessidade de desperdiçar tempo com visitas à loja. Muitos laboratórios não chegam em todos os nossos pontos de venda devido à grande capilaridade”, lembra Marcelo Dantaz, diretor de inovação da Farmarcas.
Já entre as independentes, inteligência artificial é tabu
A inteligência artificial avança no varejo brasileiro, mas parece não ter batido à porta dos PDVs independentes. Esse cenário fica explícito na pesquisa Nível de Digitalização das Farmácias Independentes do Brasil, realizada com 420 gestores pelo Instituto de Pesquisa AXXUS, startup do Parque Científico e Tecnológico da Unicamp.
Um dos indicadores mais contundentes é que, em 99% das lojas, o sistema operacional sequer parametriza os descontos concedidos aos clientes. Essa tarefa depende da intervenção de atendentes ou de um superior. Além disso, 86% das farmácias independentes ainda registram manualmente os produtos esgotados.
“As regiões Norte e Nordeste foram as que apresentaram a situação mais crítica, inclusive por questão de endividamento”, acrescenta Rodnei Domingues, presidente do Instituto Axxus e organizador do estudo.
Fonte: Redação Panorama Farmacêutico