Mounjaro nas farmácias já tem data definida em 2025

A chegada do Mounjaro nas farmácias brasileiras já tem data definida. O carro-chefe do portfólio da Eli Lilly, também conhecido como tirzepatida, estará disponível aos pacientes a partir do próximo dia 7 de junho. A exemplo do seu concorrente direto Ozempic, a caneta de insulina da farmacêutica norte-americana também é aplicada por meio de injeções semanais.

A Eli Lilly aposta no lançamento do Mounjaro no Brasil como estratégia para alavancar as vendas do medicamento para diabetes, também utilizado de forma off label** para o controle do peso**. Em evento no início de março, um dos diretores da farmacêutica havia revelado a projeção de iniciar as vendas no país no segundo semestre de 2025. Mas a companhia conseguiu adiantar os trâmites burocráticos e logísticos.

O objetivo é que o Mounjaro esteja disponível nos principais países emergentes do mundo, incluindo Índia e México. “O tamanho desse mercado é significativo. Estamos falando de 900 milhões de pacientes que poderiam se beneficiar do medicamento”, afirmou o diretor financeiro Lucas Montarce.

Mounjaro nas farmácias acompanha meta bilionária

A comercialização do Mounjaro nas farmácias pode ser determinante para a Eli Lilly cumprir sua ambiciosa meta de faturamento neste ano. A companhia prevê que o medicamento deve movimentar de US$ 58 bilhões (R$ 335 bilhões) a US$ 61 bilhões (R$ 353 bilhões) neste ano.

A faixa de preço do fármaco já teria até sido definido por autoridades brasileiras, conforme noticiado pelo Panorama Farmacêutico. Publicada em abril do ano passado, uma lista de reajuste nos preços dos medicamentos garantiu que, quando fosse comercializado no país, o Mounjaro poderia custar de R$ 1.523,06 a R$ 4.067,81, a depender da embalagem.

Desde 2020, os investimentos do laboratório para aumentar a produção do medicamento para diabetes tipo 2 ultrapassaram US$ 23 bilhões (R$ 133 bilhões), por meio das fábricas localizadas nos Estados Unidos e também na Espanha, Irlanda e Itália.

O Mounjaro já é comercializado com a indicação para o tratamento do diabetes tipo 2 no mercado internacional. Já o Zepbound,  produzido com o mesmo princípio ativo, tem foco no tratamento da obesidade. No ano passado, a Eli Lilly havia promovido o lançamento na China, mas com estoque limitado. No entanto, ao ver o resultado da concorrente Novo Nordisk, que iniciou a comercialização do Wegovy em novembro, a farmacêutica projeta incrementar o volume disponível no gigante asiático.

Mercado de diabetes tem potencial de quase US$ 10 bi

Segundo o mais recente relatório da GlobalData sobre o mercado de diabetes tipo 1, as terapias destinadas ao controle da doença podem apresentar uma taxa de crescimento anual composta (CAGR) de 13,3% nos próximos oito anos. E a explicação para esse movimento seria a diversificação de medicamentos e o avanço de blockbusters como o Mounjaro.

Com a chegada de opções farmacológicas não insulínicas para a administração da doença, a expectativa da empresa de dados e análises é que o mercado avance dos US$ 2,2 bilhões (R$ 12,8 bilhões) registrados em 2023 para US$ 9,9 bilhões (R$ 57,6 bilhões) em 2033.

O mercado de diabetes tipo 1 ganha impulso graças ao tipo 2 da doença, para o qual a semaglutida e a tirzepatida vêm se mostrando eficientes. Mas outra explicação reside no uso off-label desses princípios ativos. Um estudo recém-veiculado pela publicação Diabetes Technology & Therapeutics atestou reduções significativas nos níveis de HbA1c e do peso corporal entre adultos que vivem com essa condição.

“Essas descobertas sugerem uma nova abordagem terapêutica potencial para melhorar o controle glicêmico e tratar a obesidade em DT1, uma área com poucos avanços farmacológicos além da terapia com a insulina”, afirma o analista farmacêutico Sulayman Patel.

Mercado de obesidade movimentará montante ainda maior

Se o mercado de diabetes tipo 1 pode crescer, o geral, incluindo o de tratamento da obesidade, terá um avanço ainda mais significativo. Até 2030, R$ 575 bilhões podem ser movimentados com as vendas de semaglutida e tirzepatida, aponta estudo da Allianz Trade.

Os medicamentos saltaram de € 4,5 bilhões (R$ 28,6 bilhões) em 2021 para € 21,2 bilhões (R$ 134,9 bilhões) em 2023. E, com um crescimento de 92%, a expectativa é que o Ozempic seja o segundo medicamento mais vendido globalmente em 2024, com € 17 bilhões (R$ 108,1 bilhões) em receita, ficando atrás apenas do Keytruda, remédio oncológico da MSD. As farmacêuticas dinamarquesa e norte-americana, que comandam o mercado, devem ver suas receitas avançarem 24% e 33%, respectivamente.

Fonte: Panorama Farmacêutico.