Os medicamentos similares, que agora passam a se chamar equivalentes, vêm conquistando cada vez mais a confiança do consumidor brasileiro e começam a aparecer como fortes concorrentes aos genéricos no mercado doméstico, segundo pesquisa realizada pelo Instituto de Pesquisa e Pós-Graduação para o Mercado Farmacêutico em parceria com o Instituto Datafolha.
No ano passado, 54% da população respondeu confiar nesse tipo de remédio para compra e consumo, com 19 pontos percentuais de avanço em relação à pesquisa anterior, realizada em 2012. Ao mesmo tempo, os genéricos e os medicamentos de referência (ou de marca) ficaram praticamente estáveis.
“Houve um grande avanço em termos de confiança e credibilidade dos similares. O mercado já sente os efeitos das medidas da Anvisa antes mesmo de as mudanças se concretizarem”, afirmou o diretor de Pesquisa do ICTQ, Marcus Vinicius de Andrade, referindo-se à Resolução da Diretoria Colegiada (RDC) Nº 58/2014 da Anvisa, em vigor desde janeiro, que estabeleceu os procedimentos para a intercambialidade de medicamentos similares com os de referência.
Conforme Andrade, pelas novas regras, os similares que já tenham comprovado equivalência farmacêutica com o medicamento de referência da categoria poderão declarar na bula que são substitutos ao de marca. “Os genéricos ganharam um novo competidor, à medida que também os similares passam a oferecer garantias testes que comprovam a qualidade e equivalência terapêutica a um medicamento de referência”, explicou.
Já os medicamentos genéricos mostraram expansão tímida no que tange à confiança do consumidor, passando de 70% em 2012 para 73% – considerando-se a margem de erro da pesquisa, de dois pontos para cima ou para baixo, houve estabilidade. Conforme a pesquisa, adultos com idade superior a 60 anos estão entre os que mais confiam nessa categoria de remédio, com índice de 78%, e a população do Sudeste apresenta índice acima da média nacional, de 76%.
Os remédios de marca, por sua vez, lideram recomendações e prescrições médicas e são também os mais confiáveis, segundo o consumidor brasileiro ouvido na pesquisa. No ano passado, a confiança nesse tipo de medicamento era de 78%, frente a 79% dois anos antes, alteração que pode ser explicada pela margem de erro da pesquisa.
Segundo detalhou o instituto de pesquisa, foram realizadas 2.162 entrevistas em 134 municípios, em todas as regiões do país, com homens e mulheres com 16 anos ou mais, entre 24 e 27 de setembro.
Fonte: Valor Econômico