A Comissão de Saúde Pública da seccional de Piracicaba do CRF-SP realizou na terça-feira (23) o III Fórum Regional de Saúde Pública de Piracicaba – “O farmacêutico além da Dispensação”, evento que reuniu representantes do poder público e profissionais da saúde pública para debater o atual contexto da assistência farmacêutica e encontrar soluções para a gestão da saúde pública municipal. O encontro foi aconteceu no auditório da Associação Paulista de Medicina, em Piracicaba.
A diretoria do Conselho foi representada pela Dra. Luciana Canetto, secretaria geral do CRF-SP e profissional atuante na saúde pública de Piracicaba há 21 anos. Ela participou da mesa de abertura do evento ao lado da delegada regional de Piracicaba, Dra. Claudia Carias, e dos vereadores Pedro Kawai e Gilmar Rotta, representantes do poder legislativo piracicabano.
Canetto apresentou as ações que o CRF-SP tem realizado para promover e valorizar o profissional farmacêutico do setor público. Ela entende que, com as novas legislações, os rumos da assistência farmacêutica também mudaram. “A gente colocou a casa em ordem, mas é preciso ir além. O paciente e a população esperam mais e a gente precisa se preparar para este novo tempo. O CRF-SP tem investindo muito na capacitação do profissional do setor público, reafirmado sua importância na judicialização e com seu conhecimento da política de assistência farmacêutica”, comentou.
A Dra. Claudia Carias, delegada regional do CRF-SP em Piracicaba, agradeceu a presença do público composto por farmacêuticos de cidades da região e, em especial, aos membros da comissão de saúde pública, que organizaram o evento. “Na rotina do nosso trabalho a gente sente a necessidade de promover discussões para que a gente leve alguma forma de fazer melhor o serviço que prestamos a nossos pacientes”, afirmou.
O tema “Financiamento e Gestão da Assistência farmacêutica” foi apresentado pela Dra. Alexandra Casarini, representante do Departamento de Assistência Farmacêutica da Secretaria Estadual de Saúde (DAF). A palestrante revelou alguns problemas da assistência farmacêutica no Estado de São Paulo para administrar a grande movimentação, de cerca de R$ 3 bi por ano em medicamentos, e da dificuldade que o sistema tem para fazer o controle de lote e validade. “Somos guerreiros e vencedores, com todos os problemas de controle e logística”, disse sobre o trabalho realizado pelos profissionais da assistência farmacêutica.
Representante do Conselho Municipal de Saúde de Piracicaba, o Prof. Dr. José Eduardo Fonseca falou sobre as diversas razões que levam a baixa participação dos farmacêuticos neste importante órgão deliberativo e da necessidade de maior representação. “Uma das características do SUS é que o sistema abre a participação do cidadão para a construção das políticas públicas, seja no âmbito municipal, estadual ou federal. Muitas pessoas desconhecem isso e acham que as ações da saúde são definidas pelo prefeito”, disse o palestrante.
Apresentando o tema “Farmacoeconomia e Atuação Clínica”, a Dra. Daniela Archanjo, farmacêutica clínica e responsável técnica pelo Hospital Mario Covas, descreveu a missão da especialidade, que é reduzir o custo do medicamento e aumentar a qualidade de vida do paciente. Ela definiu a farmacoeconomia como uma área da economia da saúde, que visa otimizar a atuação farmacêutica utilizando ferramentas administrativas. “Justifico a introdução de algumas drogas com a análise de custo-benefício, custo-efetividade, custo-utilidade. Não deixo de ser clínica, mas tenho que ir além e saber quanto esta intervenção trouxe de redução de custos para minha instituição. O farmacêutico quando consegue se organizar, ele consegue economizar muito”, comentou.
Concluindo o encontro, a Dra. Maria Ondina Paganelli, consultora em Assistência Farmacêutica, falou sobre a implantação de serviços farmacêuticos no SUS e os resultados desta política. Para a especialista, o cuidado farmacêutico constitui a ação integrada do farmacêutico com a equipe de saúde centrada no usuário para promoção, proteção e recuperação da saúde e prevenção de agravos. “Visa a educação em saúde e promoção do uso racional de medicamentos prescritos e não prescritos, de terapias alternativas e complementares, por meio dos serviços da clínica farmacêutica e das atividades técnico-pedagógicas voltadas ao indivíduo, à família, à comunidade e à equipe de saúde”, concluiu.
Fonte: CRF-SP