A indústria farmacêutica projeta que o governo autorizará um reajuste médio de cerca de 3,4% no preço dos medicamentos neste ano, segundo companhias do setor ouvidas pela coluna.
O aumento permitido varia de acordo com o produto.
Para aqueles com mais concorrentes no mercado, a taxa deverá ser menor, de cerca de 1,6%, e, para os mais inovadores, deverá chegar a 5%, apontam as previsões, que podem mudar a depender da inflação de fevereiro.
O reajuste, que deverá ocorrer em março, é feito anualmente pelo governo. O cálculo leva em consideração fatores como inflação, alta de custo dos insumos e ganhos de produtividade, que são parcialmente descontados.
Em 2016, a taxa máxima foi de 12,5%, variação acima da média dos anos anteriores, devido à inflação elevada e à queda de produtividade.
Com a valorização do real, houve uma desaceleração no aumento de custo de matérias-primas da indústria, o que pode contribuir para uma taxa menos elevada, afirma a sócia da PwC Eliane Kihara.
O impacto do reajuste é maior para remédios inovadores, já que, no caso de medicamentos com mais substitutos, a alta nem sempre é totalmente aplicada, diz ela.
“Há uma prática de descontos, que podem chegar a 90% no caso de genéricos. Depende da concorrência e da estratégia comercial.”
O percentual mais baixo, porém, dá menos poder de barganha para a indústria negociar os valores, avalia.
Fonte: Jornal Folha de São Paulo