Futuro secretário de Saúde promete mais vigilância aos médicos e às licitações

O farmacêutico Osnei Okumoto ainda não sabe o que será feito do Instituto Hospital de Base, mas disse que estudará o assunto

Salas de monitoramento de presença nos hospitais, análise profunda em licitações e melhora na atuação dos diversos setores. Essas são algumas das frentes que o futuro secretário de Saúde, Osnei Okumoto, promete empenho. O gestor define que tem perfil técnico e rebate as críticas de que não conhece o DF: “Por ser do Ministério da Saúde, tenho conhecimento de tudo que é feito aqui”. Ele ainda se esquiva de pontos polêmicos, como o Hospital de Base, transformado em instituto.

A indicação de Okumoto veio por intermédio de conversas entre o governador eleito, Ibaneis Rocha (MDB), e o atual ministro da Saúde, Luiz Henrique Mandetta (DEM/ MS). Na tarde de ontem, o novo secretário divulgou os nomes dos outros dois membros do núcleo duro da pasta. São eles: Sérgio Luiz da Costa, que comandará a Secretaria-Adjunta de Atenção à Saúde, e Francisco Araújo, responsável pela Secretaria- Adjunta de Gestão.

No início do período de transição, Ibaneis disse que gostaria de dois secretários para a Saúde: um para a gestão hospitalar e outro para a saúde básica. Porém, a ideia não foi bem avaliada por integrantes do setor e, por isso, descartada.

Período de adaptação

Osnei Ikumoto vai se reunir com o atual secretário, Humberto Fonseca, para colher dados. Existem duas reuniões previstas para os próximos dias. “É um momento especial para obter os dados. Temos que ver primeiro quais são as necessidades”, pondera.

Para evitar novos casos de corrupção, como os desvios que podem somar mais de R$ 2 bilhões e levaram dois ex-gestores à prisão na semana passada, o futuro secretário buscará mais vigilância e transparência às licitações.

Possíveis polêmicas

Ikumoto quer implantar uma sala de monitoramento em cada unidade hospitalar do DF. Essa seria uma alternativa para impedir que médicos burlem o ponto eletrônico e os pacientes fiquem sem atendimento. Para ele, a solução não é onerosa e já funciona em outros hospitais do País. Será possível saber, inclusive, a quantidade de pacientes que o médico recebeu e quantos estão no aguardo.

Outra situação que pode causar desconforto é a decisão sobre o Instituto Hospital de Base, que iniciou um novo estilo de gestão em janeiro deste ano. O próximo chefe da pasta deixou claro que não tem uma posição formada sobre o futuro do Base: “O governador conversou comigo a respeito. Como estamos em um processo para obter dados, é difícil falar algo”.
Parcerias

O futuro secretário-adjunto de Atenção à Saúde, Sérgio Luiz da Costa, assim como Ikumoto, vai deixar o Ministério da Saúde para atuar na pasta do DF. Ele indica que um dos principais desafios da nova gestão será a atenção primária e a otimização da rede. Ele também comenta que vai trabalhar para buscar parcerias com os governos estaduais de Minas Gerais e de Goiás para cuidar dos moradores da Região Metropolitana de Brasília que buscam atendimento aqui.

Para Sérgio Luiz, é possível fazer acordos de compensação financeira para que os estados que fazem divisa com o DF ajudem no custeio da saúde desses pacientes. Ele afirma que isso já ocorre com moradores de municípios limítrofes do Maranhão e Pernambuco e também com Tocantins, Maranhão e Pará.

Carreira

Osnei Okumoto se formou em Farmácia e é servidor de carreira da Secretaria de Saúde do Mato Grosso do Sul. Lá, já trabalhou na reestruturação do Hemocentro e participou do Conselho Regional de Farmácia.  Atualmente, é secretário nacional de Vigilância em Saúde (SVS) do Ministério da Saúde. Porém, antes de assumir esta chefia, em abril deste ano, ele já atuava em outras posições na mesma pasta.

Apesar de ser de fora do DF, ele assegurou que conhece bem os números e mazelas do DF porque o setor em que ele trabalhava no Ministério da Saúde tinha acesso a tudo isso. “Agradeço o convite, pois é sempre bom ser reconhecido por competência técnica”, complementa.