Um estudo feito pela Unicamp, a Universidade de Campinas, mostra que o uso de mamadeiras pode prejudicar a saúde das crianças. Pesquisadores avaliaram 200 mamadeiras de seis marcas e descobriram que há contaminação das substâncias tóxicas do silicone e do plástico na bebida armazenada.
O autor da pesquisa é doutor em ciência de alimentos, Wellington da Silva Oliveira que durante quatro anos avaliou as mamadeiras. A ideia era checar- desde que o material Bisfenol A foi proibido de ser utilizado na fabricação de mamadeiras- se as substituições eram seguras. A proibição do BPA foi determinada pela Agência Nacional de Vigilância Sanitária (Anvisa) há sete anos, e a atual pesquisa comprovou que as substituição não são seguras.
“Eliminou o Bisfenol A, mas nós temos outros contaminantes que podem ser tão problemáticos quanto o bisfenol A”, comenta o pesquisador. Os componentes tóxicos presentes na mamadeira aumentam as chances das crianças desenvolverem doenças como câncer e disfunções no sistema reprodutor.
Mamadeiras com maiores risco de contaminação
As mamadeiras modernas e mais caras, feitas de silicone são as que liberam maiores quantidades de substâncias que causam risco a saúde. O material solta no leite, os chamados Ftalatos, um composto químico tóxico, que garante a flexibilidade ao produto. E o mais grave é que a quantidade liberada está duas vezes acima da permitida pela Vigilância Sanitária.
Wellington explica que a mesma substância já tem uso proibido na fabricação de artigos infantis na Europa e nos Estados Unidos. “Até as 12 primeiras semanas o sistema da criança está em pleno desenvolvimento. Então o corpo não trabalha tão bem com os processos de desintoxicação do organismo quanto o de um adulto”, completou.
Além dos Ftalatos as mamadeiras liberaram outras duas substâncias tóxicas: Aminas Aromáticas, ligada aos pigmentos e a nitrosaminas ligada a borracha. Foram encontrados também metais pesados extremamento nocivos a saúde. E apesar da quantidade passada para o leite estar em concordância com a Anvisa, o doutor garante que existem outras formas mais saudáveis de fabricar o produto.
Essa matéria foi extraída de uma reportagem produzida pelo Programa Fala Brasil, da Rede Record TV e pode ser conferida na íntegra, no vídeo abaixo: