Em reestruturação desde o ano passado, a Brasil Pharma registrou certa melhora em alguns indicadores no primeiro trimestre, apesar da queda nas vendas, segundo relatório de resultados publicado ontem. A empresa ainda informou que o conselho de administração analisa neste mês propostas para tentar equilibrar sua estrutura de capital.
Índice confirma tendência que vem crescendo nos últimos anos: a diversificação de produtos que vão além dos medicamentos
A retração do comércio varejista, observada por vários segmentos em 2014, não afetou as vendas do setor farmacêutico segundo levantamento realizado pela Abrafarma (Associação Brasileira de Redes de Farmácias e Drogarias).
O estudo, realizado pela FIA-USP (Fundação Instituto de Administração da Universidade de São Paulo), revela que as grandes redes de farmácias fecharam o ano com um faturamento de R$ 32,39 bilhões em vendas, 12,81% maior do que no ano anterior. Desde 2010 o faturamento cresceu 90,34%, cerca de R$ 15,37 bilhões.
O lucro líquido da Raia Drogasil mais que dobrou de janeiro a março, passando de R$ 29,13 milhões para R$ 70,32 milhões, com receita líquida em R$ 1,96 bilhão, expansão de 19,2% acima da taxa de crescimento prevista para o mercado de farmácias no período. Isso se reflete em ganhos de participação de mercado das marcas, com uma recuperação da fatia de venda da Drogasil em São Paulo, após redução em anos anteriores. Despesas operacionais subiram em ritmo inferior às vendas (16,5%) e, apesar da abertura de lojas, que pressiona o lucro antes de juros, impostos, amortização e depreciação (Ebitda), esse montante cresceu cerca de 64%, para R$ 152,3 milhões no trimestre.
SÃO PAULO – As vendas de medicamentos no varejo farmacêutico nacional superaram as expectativas ao longo do primeiro trimestre e cresceram 12%, na comparação anual, para R$ 10,7 bilhões, segundo dados do IMS Health compilados pela Associação da Indústria Farmacêutica de Pesquisa (Interfarma).
No mesmo intervalo do ano passado, o crescimento havia sido de 14%, com faturamento de R$ 9,6 bilhões.
Empresa prevê 131 novas lojas este ano e descarta aquisições
Maior grupo varejista de farmácias do País, a Raia Drogasil fechou no ano passado o ciclo de integração de suas duas redes com crescimento em receita, melhora na rentabilidade, queda na relação entre receita e despesas e ganhos na margem de lucro. Concluída boa parte da fase de unificação dos negócios, a empresa inicia um período em que começa a trabalhar aspectos que ficaram em segundo plano desde a fusão das cadeias, em 2011.
Experiência de compra na loja, que ainda está distante do que a empresa quer, e a forma como a companhia faz a gestão das categorias vendidas entram nessa lista de prioridades para os próximos anos. Também terá que ser aprimorado o uso da base de informações que a companhia tem de seus clientes, para tentar ser mais assertivo na venda. “Fazemos isto melhor na Raia do que na Drogasil. É um dos aspectos que vamos ter que trabalhar”, disse o presidente da companhia, Marcílio Pousada, após publicação do balanço.
No ano passado, a rede apurou aumento de 18,6% nas vendas líquidas, para R$ 7,39 bilhões. De outubro a dezembro, o valor foi de pouco mais de R$ 2 bilhões, expansão de 20,2%. O lucro líquido em 2014 somou R$ 221,4 milhões, mais que o dobro dos R$ 100,9 milhões de 2013. De outubro a dezembro, o lucro registrou alta de 123,4%, para R$ 62,15 milhões.
A rede de farmácias Pague Menos registrou alta de 65% no lucro líquido do quarto trimestre, em relação a igual período de 2013, somando R$ 53,7 milhões. A receita bruta cresceu 20,8% de outubro a dezembro, para R$ 1,18 bilhão. No ano de 2014, o lucro subiu 6,3%, para R$ 116,3 milhões. A receita bruta cresceu 17,7% e chegou a R$ 4,38 bilhões. O lucro antes de juros, impostos, depreciação e amortização (Ebitda) foi 26,5% maior no ano, somando R$ 332,3 milhões. Foram inauguradas 96 lojas em 2014. As vendas ‘mesmas lojas’ cresceram 13,1% no trimestre, na comparação anual, para R$ 1,1 bilhão. No período, foram abertos 26 novos pontos de venda. A companhia encerrou o ano com 738 lojas, sendo 35% de unidades com menos de três anos e os demais 65% formados por unidades consideradas maduras, por terem mais de quatro anos. “Em 2015, continuaremos com a nossa estratégia de crescimento orgânico, com abertura de 98 novas lojas, sendo oito substituições, o que resultará em um incremento de 90 novas filiais, totalizando 828 lojas ao final do ano. Serão 1 mil farmácias em funcionamento até o fim de 2017″, informou companhia, em relatório.
De abril de 2014 a março de 2015, o lucro nas farmácias cresceu 11,5%
O faturamento do mercado farmacêutico cresceu 12% no primeiro trimestre deste ano, para R$ 10,7 bilhões, em comparação com o mesmo período de 2014. De abril de 2014 a março de 2015, o faturamento nas farmácias cresceu 11,5% sobre igual intervalo anterior, para R$ 43,1 bilhões, conforme dados da IMS Health compilados pela Associação da Indústria Farmacêutica de Pesquisa (Interfarma).
“Mesmo neste momento difícil da economia, a indústria farmacêutica está apresentando um crescimento praticamente estável e muito acima de outros setores”, diz o presidente-executivo da Interfarma, Antônio Britto.
Em número de doses comercializadas, o aumento foi de 9,8%, para 32,5 bilhões no primeiro trimestre de 2015, e de 8,5% nos últimos 12 meses, com 132 bilhões de doses vendidas. Os genéricos se mantiveram estáveis com participação de 13%. Já os da categoria similar avançaram 1 ponto porcentual de 2014 para 2015, chegando a 48%. Os medicamentos de referência caíram um ponto, para 39%, no levantamento de doses meses móveis até março.
O faturamento do mercado farmacêutico pelo canal farmácia no Brasil saltou de R$ 27,7 bilhões em 2010 para R$ 40,3 bilhões em 2014, considerando o período de 12 meses móveis até setembro.