Patentes de medicamentos estão perto do fim

Enquanto as patentes de medicamentos são alvos de polêmicas no Brasil, com direito a disputa no Cade, a indústria farmacêutica norte-americana já se prepara para uma série de perdas de exclusividade. E já neste ano.

Um estudo da consultoria Moody’s, aliás, revela a profunda transformação do cenário das patentes na próxima década. Nesse período, metade dos 20 medicamentos mais comercializados do mundo deixará de “pertencer” a um só laboratório.

O Humira, da Abbvie, deve ser o primeiro da lista. Em 2017, a farmacêutica fechou um acordo com a Amgen, que recebeu luz verde para lançar seu biossimilar Amgevita nos Estados Unidos. O remédio vem sendo um dos campeões de demanda entre médicos especializados no tratamento de artrite reumatoide.

Patentes de medicamentos afetam o mercado da asma

As patentes de medicamentos mais próximas do fim afetam, sobretudo, o mercado da asma.

Em novembro de 2022, a empresa global de assistência médica Viatris e a Kindeva conseguiram, na Justiça, anular a patente do Symbicort, da AstraZeneca. As duas companhias anunciaram que a Mylan Pharmaceuticals, uma subsidiária da Viatris, recebeu a aprovação da FDA para o Breyna, primeira versão genérica do remédio.

Quem também está de olho em uma opção ao Symbicort é a Iconovo. O laboratório sueco uniu-se à Amneal Pharmaceuticals, fabricante norte-americana focada em genéricos inovadores. O objetivo é viabilizar o lançamento do antiasmático até 2024.

Diabetes também agita o mercado de patentes

Outro fármaco que terá expiração da patente é o inibidor de GLP-1 da Novo Nordisk, o Victoza, indicado para casos de diabetes tipo 2. Em 2019, a farmacêutica dinamarquesa chegou a um acordo com a fabricante de genéricos israelense Teva**,** para manter as cópias do medicamento fora do mercado até o fim de 2023.

Já o Januvia (sitagliptina), medicamento para diabetes tipo 2 da MSD, combinado com sua ramificação Janumet (sitagliptina e metformina), perde exclusividade em 31 de janeiro. Muitas empresas, incluindo a Sun Pharma e a Zydus Cadila, da Índia, obtiveram a aprovação da FDA para suas versões genéricas e estarão prontas para lançamentos quando a patente da MSD expirar.

Fonte: Panorama Farmacêutico