
Dr. Ronald Ferreira dos Santos alertou os farmacêuticos para as perdas que poderão sofrer, caso as reformas trabalhista e previdenciária sejam aprovadas como se encontram nos textos originais. Após a sua palestra, ele disse ao site do CFF, comentando a reforma trabalhista, que os farmacêuticos certamente terão prejuízos, como o aumento da jornada de trabalho, o fim do descanso semanal, a perda do Décimo Terceiro Salário e da Licença Maternidade.
O presidente do CNS e Fenafar lembrou dados do IPEA (Instituto de Pesquisa Econômica Aplicada), do Ministério do Planejamento, para comentar os prejuízos que poderão atingir os farmacêuticos. “Segundo o IPEA, a jornada de trabalho das farmacêuticas é de 14 horas diárias, incluindo outras atividades. Vale ressaltar que 70% da categoria são formadas de mulheres. Se a reforma da previdência é cruel com os homens, com as mulheres, ela será perversa”, condenou Dr. Ronald Ferreira dos Santos.
Na palestra que fez aos farmacêuticos na Reunião Geral, nesta quinta-feira, ele conclamou os colegas a reagirem. “A luta em defesa do trabalho dos farmacêuticos deve ser de toda a sociedade, porque os serviços prestados pelos profissionais têm grande alcance social e em saúde”, pediu.
Ronald Ferreira anunciou que os medicamentos serão o alvo de futura operação da Polícia Federal nos moldes da Operação Carne Fraca. Ele, também, condenou veementemente a aprovação, pelo Plenário da Câmara dos Deputados, nessa quarta-feira (22.03), do projeto de lei que libera a terceirização para todas as atividades (e, também, as atividades-fim) das empresas. Com a aprovação do projeto, a contratação terceirizada poderá ocorrer, sem restrições, na administração pública. “Quem está pensando em construir uma carreira no serviço público, esqueça”, concluiu.
UNIÃO – O Presidente do Conselho Federal de Farmácia, Walter Jorge João, voltou a pedir, em seu discurso de abertura da Reunião Geral, que a categoria mantenha-se unida para enfrentar as dificuldades. Desde 2012, Walter Jorge vem tomando a dianteira do processo de unificação da categoria, não importando as ideologias e posições políticas dos farmacêuticos.
O Presidente do CFF e lideranças de entidades representativas da categoria conseguiram, ao fim de dois anos – e graças à união – levar à discussão propostas fundamentais para a profissão, como a regulamentação das atribuições clínicas e a prescrição farmacêutica, aprovadas pelo Plenário do CFF, por meio de resoluções. Graças à união, a categoria farmacêutica conseguiu, ainda, sensibilizar os parlamentares federais a aprovarem a Lei 13.021/14.
DESCARTE DE MEDICAMENTOS – Um dos assuntos que o Conselho Federal de Farmácia vem colocando em discussão e atraindo o maior número de segmentos para o debate é o descarte de medicamentos. Em 2010, foi instituída a Política Nacional de Resíduos Sólidos, que prevê a criação de um acordo setorial para o descarte adequado de lâmpadas, pneus, agrotóxicos e medicamentos. “Todos os acordos foram cumpridos, à exceção do que diz respeito aos medicamentos”, disse a Dra. Rossana Freitas Spiguel, durante a exposição que fez aos participantes da Reunião Geral, nesta quinta-feira.
Rossana Spiguel, que coordena o Grupo de Trabalho de Descarte de Medicamentos e do Farmacêutico no Sistema de Justiça do CFF, explicou que o Conselho Federal de Farmácia tomou a dianteira dos debates sobre o tema e convidou o Judiciário para evolver-se nas discussões.
ENCONTRO – Para tanto, o Conselho realizará, em Brasília, no dia 19 de abril de 2017, o “I Encontro Interinstitucional de Logística Reversa de Resíduos de Medicamentos”. O evento será mediado pelo sistema de Justiça, que reúne os órgãos do setor. A coordenação do encontro ficará a cargo do GT de Descarte de Medicamentos e do Farmacêutico no Sistema de Justiça do CFF. “O farmacêutico é o profissional mais envolvido com esta questão em todo o ciclo do medicamento (da produção ao descarte) e ele é cobrado permanentemente pela sociedade a buscar soluções para o descarte inadequado”, concluiu a Dra. Rossana Spiguel.
Fonte: Comunicação do CFF
