Modelo de negócio da rede se mostra desgastado
Os colaboradores mais próximos do proprietário da Ultrafarma, Sidney Oliveira, têm notado um empenho cada vez em intensificar suas aparições na mídia. Coisa de quem quer vender mais do que medicamentos, de acordo com o Relatório Reservado. Mas, para muitos, o que está sobre o balcão, desta vez, é o controle da rede – uma das maiores distribuidoras de medicamentos do País, com faturamento superior a R$ 750 milhões no ano passado.
Oficialmente, a Ultrafarma nega a venda do controle. No entanto, na visão de seus congêneres, Oliveira encontra-se numa encruzilhada. A percepção é que a Ultrafarma está próxima do seu prazo de validade, aliás, como os próprios medicamentos que a companhia comercializa – Oliveira se notabilizou por comprar produtos com apenas três ou quatro meses de vida útil, normalmente desprezados pelas grandes redes de drogarias, o que sempre lhe permitiu fechar acordos comerciais extremamente vantajosos.
O modelo de negócio da empresa é considerado, ao mesmo tempo, seu principal trunfo e sua maior fragilidade. Sua operação está praticamente restrita às vendas pela internet, responsáveis por mais de 70% do seu faturamento. Ao todo, a Ultrafarma tem apenas quatro farmácias, que, na prática, podem ser consideradas uma só: todas as drogarias estão localizadas em uma mesma rua, no bairro da Saúde, em São Paulo, separadas uma das outras por não mais do que 200 metros.
A falta de uma rede de lojas físicas se torna um problema cada vez mais grave diante do acelerado processo de consolidação do setor. O jogo ficou pesado demais. Raia e Drogasil, que se uniram em 2011, têm mais de mil farmácias e faturamento de R$ 7 bilhões. A Drogaria São Paulo e Pacheco, por sua vez, somam 800 lojas e receita de quase R$ 6 bilhões. Para não falar da chegada de potentados estrangeiros, como as norte-americanas CVS e Walgreens.
Fonte: Guia da Farmácia