O CRF-SP tem se preocupado em munir o farmacêutico com ferramentas de capacitação com uma área específica sobre Covid-19 no portal
O Conselho Regional de Farmácia de São Paulo (CRF-SP) realizou via You Tube, no último dia 10, o Fórum: Vacina na cadeia farmacêutica da logística ao serviço de imunização, onde discutiu, principalmente, a logística da vacina contra a Covid-19.
Além da diretoria do CRF-SP, o Fórum contou também com a participação de representantes da Associação Brasileira das Redes de Farmácias e Drogarias (Abrafarma), do Sindicato do Comércio Varejista de Produtos Farmacêuticos no Estado de São Paulo (Sincofarma/SP) e do coordenador do Grupo Técnico de Trabalho de Logística de Produtos de Interesse à Saúde do CRF-SP, Dr. Kleber Fernandes.
Ao abrir a discussão, Dr. Marcos Machado, presidente do CRF-SP, destacou que apesar do impacto econômico da pandemia já ser de mais de US$ 1 trilhão de dólares no mundo, a preocupação é principalmente com a saúde da população.
Dr. Marcos ressaltou que a vacina nesse momento é o assunto mais importante no mundo.
“Nada é mais importante para o retorno da vida das pessoas. Precisamos o quanto antes de uma definição em relação à disponibilização da vacina no Brasil”.
O presidente do CRF-SP destacou ainda a lei 13.021/14 que possibilita o serviço de imunização nas farmácias. “Acredito que de imediato o governo deva assumir essa demanda e as farmácias possam, dessa maneira, entrar como pontos de apoio por se tratar de um problema de saúde pública emergencial”.
Ações do CRF-SP
O CRF-SP tem se preocupado em munir o farmacêutico com ferramentas de capacitação com uma área específica sobre Covid-19 no portal com informações, materiais técnicos, além da realização de campanhas de educação em saúde.
Outro diferencial é o curso “Cuidado farmacêutico na imunização e administração de vacinas”, disponível gratuitamente na Academia Virtual de Farmácia.
“Mesmo os farmacêuticos que não estão na linha de frente é importante que façam o curso e conheçam todos os aspectos relacionados às vacinas. O CRF-SP também enviou um ofício à Secretaria de Saúde solicitando que os farmacêuticos sejam incluídos como profissionais de saúde prioritários para serem vacinados imediatamente assim que se iniciar a vacinação no estado de São Paulo e atuarem com segurança”, enfatizou Dr. Marcos.
Vacinação nas farmácias
Com a consolidação dos serviços farmacêuticos nas farmácias ao longo dos últimos anos, inclusive com a recente discussão da reformulação da RDC 44/09, por meio da consulta pública 911/20, o farmacêutico ganhou, dessa maneira, força e mostrou também que é possível fazer mais.
Foi o que apresentou o CEO da Abrafarma, Sergio Mena Barreto.
“As vacinas já são uma realidade e fazem parte da construção da nova farmácia. Hoje, temos potencial para disponibilizar 1953 salas de aplicação de injetáveis, por se tratar de uma situação emergencial e até 3500 profissionais, incluindo o farmacêutico para o serviço de imunização e outros funcionários para organização de filas e procedimentos. Tudo sem custo ao Estado ou para a população, com possibilidade de imunização de mais de 1 milhão de pessoas por semana”.
Mena Barreto ressaltou que a pandemia reforçou a importância da farmácia e do farmacêutico. “Não me canso de aplaudir os farmacêuticos, vivemos algo inédito. Pela primeira vez, as farmácias vão ser usadas em larga escala. Todos são bem-vindos e devem se engajar para superar as dificuldades e voltarmos a uma vida normal”.
CRF-SP discute a vacinação contra a Covid-19
O processo de logística começou a amadurecer nos últimos dez anos quando a legislação começou, então, a se organizar.
Essa a foi a frase de abertura da apresentação do Dr. Kleber Fernandes, coordenador do Grupo Técnico de Trabalho de Logística de Produtos de Interesse à Saúde do CRF-SP e Diretor de Qualidade e Gestão Técnica na Solistica.
Dr. Kleber citou, também, o sistema de vacinação que funcionou perfeitamente em meio a pandemia de H1N1, no entanto, ressaltou que nem todos quiseram tomar a vacina e não houve sobrecarga.
“No entanto, o grande problema da vacina de Covid-19 é a expectativa, o que sobrecarrega qualquer sistema de distribuição. Não será uma distribuição única, consolidada. A aproximação entre os elos da cadeia é, portanto, que vai fazer com que a gente ganhe o jogo”.
Outro ponto importante alertado no Fórum foi o investimento em segurança para evitar furto, roubo, extravio ou a possibilidade de falsificação da vacina.
“Ouvimos falar apenas em controle de temperatura, no entanto, há outras questões peculiares como o contrabando e, por isso, a necessidade de gestão do farmacêutico em toda a cadeia”. Dr. Kleber se atentou ainda à questões como a logística reversa, ou seja, para onde vão as devoluções e as incinerações? Como será feita a rastreabilidade do produto que foi incinerado, tudo isso somado ao desafio de se vacinar a população no menor tempo possível.
Fonte: CRF-SP
Foto: Shutterstock