Consumo masculino de produtos de cuidados pessoais cresce 163% de 2006 a 2011 no país, alcançando US$ 4 bilhões.
Brasil representa 12% das vendas mundiais de produtos do setor e deve se tornar o maior mercado até 2015.
Os homens brasileiros estão assumindo a vaidade, fazendo a venda de produtos de higiene e beleza disparar.
De 2006 a 2011, o consumo de produtos de cuidados pessoais para homens cresceu 163%, alcançando cerca de US$ 4 bilhões. Isso representa 12% do faturamento global da categoria (US$ 33 bilhões). O país só perde para os Estados Unidos e deve se transformar no maior mercado mundial até 2015, segundo a consultoria Euromonitor.
“Aquele sentimento de que cuidar das aparências fere a masculinidade não existe mais”, acredita Tatiana Ponce, diretora de Marketing da BDF Nivea Brasil. “O homem gosta de se cuidar, mas sem muita complicação.” Ela explica que, se antes os homens cuidavam só da compra do desodorante e do creme de barbear e usavam o sabonete ou o xampu da casa, hoje pesquisas mostram que 80% deles já compram sozinhos esses tipos de produtos.
Isso explica o investimento de marcas tradicionalmente associadas ao universo feminino, como Dove e Nivea, em linhas completas para o homem brasileiro. No ano passado, a Unilever ampliou o portfólio de Dove Men, com cremes de pentear, condicionador e dois tipos de xampu. A Nivea investiu no 3 em 1 -sabonete, xampu e gel de barbear em um só produto.
“O primeiro lote de importados esgotou três meses antes do previsto e ficamos sem produto”, diz a diretora da Nivea Brasil. “Agora estamos estudando a possibilidade de produzir essa linha no país.”
Marcas tradicionalmente masculinas, como a Gillette, também estão ampliando o portfólio. “A Gillette deixou de ser uma marca de lâminas e passou a ser uma marca de cuidados para o homem, com desodorantes e produtos para a pele”, afirma a gerente de Comunicação da P&G Brasil, Juliana Gattaz.
Já a Axe, marca de desodorantes e fragrâncias da Unilever voltada para jovens de 15 a 24 anos, não tem data para trazer a linha completa de géis de cabelo, sabonete líquido e xampus, lançada recentemente no exterior.
Antes disso, a estratégia da marca, que trabalha com oito tipos de desodorantes e antitranspirantes no país, passa pelo investimento em comunicação. “Queremos fazer barulho no Brasil e nos transformar em uma marca relevante”, diz Russell Taylor, vice-presidente global de Axe.
O Brasil terá um papel central na campanha que a marca lança em 60 países e que levará um grupo de consumidores para uma viagem ao espaço. Serão 22 astronautas, sendo um brasileiro.
Fonte: Folha de S.Paulo