O faturamento do mercado farmacêutico pelo canal farmácia no Brasil saltou de R$ 9,6 bilhões no primeiro trimestre de 2014 para R$ 10,7 bilhões no mesmo período de 2015, o que representa um aumento de 12%. Considerando os últimos 12 meses, entre abril de 2014 e março de 2015, o faturamento cresceu 11,5% ante o ano anterior, alcançando R$ 43,1 bilhões. Os dados são da IMS Health, compilados pela Interfarma (Associação da Indústria Farmacêutica de Pesquisa).
“Mesmo nesse momento difícil da economia, a indústria farmacêutica está apresentando um crescimento praticamente estável e muito acima de outros setores. Isso já aconteceu em situações semelhantes e se justifica pelo fato dos medicamentos serem produtos de primeira necessidade. Contudo, não descartamos a possibilidade de haver um impacto negativo no decorrer do ano”, afirma Antônio Britto, presidente-executivo da Interfarma.
O número de doses comercializadas também cresceu. Foram 32,5 bilhões no primeiro trimestre de 2015 ante 29,6 bilhões no mesmo período do ano anterior; aumento de 9,8%. Já nos últimos 12 meses, o crescimento foi de 8,5%; o total de doses vendidas passou de 121,6 bilhões para 132 bilhões.
A divisão do mercado sofreu algumas alterações. Os medicamentos de referência, que representavam 44% das vendas em 2011, passaram a responder por 39% em 2015. Já os medicamentos similares ganharam mercado, passando de 43% para 48%. Os genéricos se mantiveram estáveis com 13%.
“Para o crescimento ser ainda maior, dependemos de alguns pontos que precisam ser resolvidos pelo país. O primeiro deles é o fato de não haver uma resposta organizada e realista para a questão do acesso. Cerca de 74% dos medicamentos brasileiros são comprados e pagos pelo bolso das pessoas, sem apoio do governo. Isso significa que a medicação mais complexa e mais cara acaba não chegando à maioria da população”, comenta Britto.
O segundo ponto é a questão tributária. “O Brasil é campeão mundial em imposto sobre medicamentos. Temos uma situação injusta porque mesmo olhando os tributos dentro do país, o medicamento paga mais do que outros produtos, como, por exemplo, biquíni e ursinho de pelúcia; e isso prejudica o acesso da população aos tratamentos que precisa”, conclui.
Fonte: Investimentos e Notícias