Hidroclorotiazida no uso prolongado pode levar ao câncer de pele

Anvisa alerta para o uso prolongado de hidroclorotiazida

Uma nota publicada pela Agência Nacional de Vigilância Sanitária (Anvisa) alertou profissionais da saúde sobre o risco de câncer de pele com o uso de hidroclorotiazida. Este medicamento é um diurético indicado para o tratamento de hipertensão arterial sistêmica, edema associado à insuficiência cardíaca, renal ou hepática, entre outras doenças. A hidroclorotiazida faz parte da Relação Nacional de Medicamentos Essenciais (Rename), consta do esquema de tratamento da hipertensão arterial recomendado pelo Ministério da Saúde (Caderno de Atenção Básica nº 37) e é disponibilizado gratuitamente para pacientes atendidos pelo Sistema Único de Saúde (SUS). No Brasil, é encontrado sob inúmeros nomes comerciais, além do nome genérico, e é utilizado amplamente pela população brasileira.

O alerta da agência brasileira se fundamentou na nota informativa da agência reguladora europeia (European Medicines Agency – EMA), em estudos epidemiológicos e em dados de farmacovigilância europeus e brasileiros que apontaram que pacientes em uso contínuo e prolongado de hidroclorotiazida poderiam ter risco aumentado de câncer de pele não-melanocítico.

Além disso, outras autoridades reguladoras, tais como a agência do Reino Unido (The MedicinesHealthcare products Regulatory Agency – MHRA) e a agência espanhola (Agencia Española de Medicamentos y Productos Sanitarios – AEMSP) já haviam se manifestado sobre o tema com publicação de alertas sanitários e inclusão de notas sobre segurança nas bulas dos medicamentos contendo este fármaco.

A Anvisa tomou duas medidas sanitárias importantes: emitiu o Alerta Sanitário com vistas a informar aos profissionais da saúde e aos pacientes sobre o risco de câncer, e solicitou aos fabricantes da inclusão imediata de informações adicionais sobre segurança nas bulas de todos os medicamentos que contêm hidroclorotiazida, tanto os de marca quanto os genéricos e similares.

Papel dos farmacêuticos

O Conselho Federal de Farmácia (CFF),  por meio do Centro Brasileiro de Informação sobre Medicamentos (Cebrim), recomenda aos farmacêuticos que informem aos pacientes em uso de hidroclorotiazida, especialmente aqueles que fazem uso prolongado e/ou de doses elevadas, de que isso pode aumentar o risco de ocorrência de alguns tipos de câncer de pele e no lábio (câncer de pele não-melanocítico).

Aos farmacêuticos que acompanham pacientes com antecedentes de câncer de pele não-melanocítico, o CFF recomenda que os encaminhem para reavaliação médica para verificar a possível ocorrência de alterações cutâneas e para reconsideração do tratamento.

Aos pacientes, o farmacêutico deve informar sobre as precauções a serem observadas tais como, limitar a exposição excessiva ao sol e/ou aos raios ultravioleta e a usar fotoproteção adequada. Além disso, deve orientá-los a observar, periodicamente, a pele, e procurar um especialista para avaliação, em caso do aparecimento de lesões cutâneas suspeitas ou mudanças de aspecto de lesões já existentes.

Fonte: Cebrim/CFF

Foto: Shutterstock

 

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