Novo Nordisk diz que está preparada para queda da patente do Ozempic

Fabricante do Ozempic e Wegovy, a Novo Nordisk afirmou que está se preparando para a queda da patente do Ozempic, que deve ocorrer em 2026 no Brasil e em outros países, como o Canadá.

“As patentes são importantes em inovação e para focarmos em inovação — sem elas não haveria interesse em criar novos medicamentos. As patentes do Ozempic vão cair entre 2026 e 2032. É uma pena que em alguns países elas caiam tão cedo, mas estamos preparados para encarar a competição. Não vamos deixar de produzir e investir neste medicamento. A semaglutida seguirá sendo um produto muito importante para nós no futuro, mesmo com essa abertura para a concorrência”, afirmou a executiva de negócios da empresa, Camilla Sylvest, em entrevista coletiva no dia 6 de março.

Várias empresas ao redor do mundo estão se preparando para produzir semaglutida com a queda das patentes, algumas delas no Brasil. A expectativa é de lançamento dos genéricos ainda no fim de 2026 com preços reduzidos: a Agência Nacional de Vigilância Sanitária (Anvisa) determina que o genérico seja no mínimo 35% mais barato que o produto de referência.

A Novo Nordisk também tem perdido mercado para outras farmacêuticas, especialmente a Eli Lily, fabricante do Mounjaro, que ultrapassou as vendas do Wegovy nos Estados Unidos para controle da obesidade em 2024.

Ozempic fake

A concorrência regulada não é a única ameaça que a empresa enfrenta. Para o CEO da farmacêutica, Lars Jørgensen, a crescente de produtos falsificados ou falsamente manipulados que se aproveitam do nome criado pela farmacêutica se tornou um problema global.

“É uma ameaça gigante porque essas empresas irresponsáveis ameaçam a vida dos consumidores se aproveitando do êxito de nossas medicações. Não damos material nosso para farmácias e o nome da empresa está sendo usado para enganar nossos pacientes. É perigoso, precisamos de iniciativas globais para combater essa situação”, afirmou Jørgensen.

Novidades

A Novo Nordisk também anunciou algumas inovações durante a coletiva. Foram detalhados avanços no desenvolvimento de duas moléculas para controle de doenças metabólicas e obesidade que já tinham sido anunciadas pela empresa, a amicretina e a cagrisema, uma combinação da semaglutida com a cagrilintida que potencializa os efeitos da substância. Ambas estão na fase final de testes e aguardam lançamento.

A farmacêutica também espera lançar ainda em 2026 uma versão do Ozempic em pílula mais eficiente para o controle da diabetes tipo 2 e perda de peso do que o comprimido disponível atualmente, o Rybelsus.

No braço dedicado ao combate das doenças do sangue, os representantes apresentaram duas novas drogas — uma delas é uma pílula para tratar hemofilia, uma forma de administração inédita de medicamentos para coagulação. O outro remédio diminui a frequência de injeções para pessoas com a condição, passando de uso semanal ou diário para mensal.

Fonte: Metrópoles