Pelo terceiro ano seguido, a profissão de farmacêutico é a segunda que mais gerou empregos formais no Brasil entre as carreiras com exigência de diploma, atrás somente da dos enfermeiros. Esse dado ajuda a mapear uma das áreas que experimentou o maior nível de crescimento e transformação nos últimos tempos, e que é celebrada nesta sexta-feira, 20 de janeiro.
Estimativas baseadas no Cadastro Geral de Empregados e Desempregados (Caged) apontam a contratação de cerca de 49 mil farmacêuticos com registro em carteira de trabalho no ano passado, contra 31,3 mil de 2021. O saldo entre novos empregos e demissões é superior a 8,2 mil.
Na análise por região, o Sudeste lidera o volume de contratações, bem acima de Nordeste e Sul. Cinco estados totalizaram 53% da geração de empregos em 2022 – São Paulo (20%), Minas Gerais (12%), Rio Grande do Sul (8%), Rio de Janeiro (7%) e Paraná (6%).
Novas resoluções aquecem profissão de farmacêutico
Antes da pandemia, a profissão de farmacêutico era a quarta carreira com maior contingente de novos empregos. A Covid-19 ajudou a acelerar o interesse por esses profissionais, mas especialistas entendem que a demanda por mão de obra no setor não está somente atrelada ao coronavírus. Como exemplo, a Resolução 720, ao regulamentar os padrões para implementar consultórios farmacêuticos independentes da loja, estimulou novos recrutamentos.
“Para completar, temos agora a Resolução 727 que regula a atividade de telefarmácia. Essa inovação ajuda a aproximar o farmacêutico do paciente e pode significar um diferencial competitivo na carreira”, ressalta o consultor farmacêutico Tiago Bocalon.
Profissão de farmacêutico também vê melhora na remuneração
E no que depender do início de 2023, a profissão de farmacêutico deve permanecer em alta. Considerando apenas as três primeiras semanas de janeiro, 639 empregos para farmacêuticos estão disponíveis na plataforma da InfoJobs, que mantém parceria com o Panorama Farmacêutico na divulgação de um banco de vagas setorial.
O número ainda é inferior às 1.362 oportunidades abertas em dezembro, mas o patamar salarial revela uma evolução. No fim do ano, 43% das oportunidades de trabalho propunham remuneração abaixo de R$ 2 mil. Agora esse percentual caiu para 36%. O advento dos serviços clínicos, incluindo a aplicação de mais de 20 milhões de testes rápidos da Covid-19, contribuiu para impulsionar o saldo positivo de empregos nas farmácias.
Número e perfil de farmacêuticos no Brasil
Os indicadores mais atualizados sobre número de farmacêuticos em atuação no Brasil são de abril de 2021. De acordo com o CFF, mais de 234 mil profissionais estão inscritos nos conselhos regionais.
Já a última radiografia sobre o perfil desses farmacêuticos remonta a 2015, data do último censo promovido pelo conselho federal. Em torno de dois terços são mulheres (67%) e graduados em instituições particulares (68%). Oito em cada dez (81,1%) declaram trabalhar em alguma farmácia. Distribuidoras de medicamentos (3,5%) e indústria farmacêutica (3,2%). Os outros 12,2% estão distribuídos em universidades, vigilâncias sanitárias ou em cargos administrativos na esfera pública ou privada.
Fonte: Redação Panorama Farmacêutico